O inquérito sobre a morte de Gheanny Karolyne Souza dos Santos, 3 anos, após ter a casa invadida com um carro, em 16 de outubro de 2017, foi concluído. De acordo com o delegado Ulysses Fernandes, da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), trata-se de um caso de homicídio doloso. O motivo do incidente, que ocorreu no Condomínio Del Lago, na quadra 318 do Itapoã, seria uma tentativa de suicídio do homem de 24 anos que conduzia o veículo.
O delegado entendeu que, ao não tentar frear nem fazer a curva para tentar se matar, ele assumiu o risco de atingir outras pessoas. "A tentativa de suicídio, em si, não configura crime. Porém, é mais do que previsível que jogar um carro contra um muro pode atentar contra a vida de outros", afirmou.
De acordo com o inquérito, o homem teria discutido minutos antes com a namorada sobre a possibilidade de término do relacionamento. Por isso, ele optou por tirar a própria vida, conduzindo o veículo em direção à casa. Os investigadores concluíram que o acusado não fez nenhum movimento para desviar o carro da rota do muro.
Além da perícia no carro do rapaz, a polícia ouviu tanto o acusado quanto a namorada. Segundo o delegado, o próprio motorista reconheceu que houve discussão, mas, na oitiva, disse apenas que "se assustou com a notícia de que a jovem não queria mais namorar com ele". Ela estava no banco do passageiro e sofreu ferimentos leves.
Pena pode chegar a 20 anos
[SAIBAMAIS]A criança, que estava em um sofá na sala da residência, foi atingida e morreu no local. Os pais da menina também estavam na casa e foram encaminhados ao Hospital Regional do Paranoá com ferimentos. Por ter atingido a namorada e a família de Gheanny, o acusado responderá também por tentativa de homicídio.
A retirada do corpo de Gheanny, que estava debaixo do carro, aconteceu com a ajuda de vizinhos. O motorista foi mantido no banheiro pelos moradores, até a chegada da polícia.
De acordo com o delegado Fernandes, o homem pode ficar até 20 anos preso, se condenado. No entanto, o acusado responderá em liberdade por não oferecer riscos à sociedade nem às investigações. Ele será julgado pelo Tribunal do Júri do Paranoá, ainda sem data prevista.