A secretária adjunta de Cultura, Nanan Catalão, explicou que o problema maior é a falta de proposta para a contratação da empresa que cuidará da festa. ;Recebemos apenas uma e insuficiente;, disse. Segundo ela, o auxílio privado é bem-vindo. ;Porém, é mais importante ainda que as empresas venham com propostas relevantes, bem como justo com o ganho privado de publicidade, isso em relação ao valor que esteja disposto a investir;, concluiu.
Recomeço
Nesse tempo, a Aruc, que completa 57 anos em 2018, tenta se manter em atividade. Moacyr Oliveira, no quinto mandato à frente do grupo, diz que depender apenas de verbas públicas não adianta. É preciso formar um novo modelo de carnaval. ;Vi isso tudo sair do papel, tudo ser construído. Mas, assim como o mundo, o carnaval necessita se reinventar. Por conta desse tempo sem samba, não tem como voltar aos velhos tempos. É um recomeço;, avaliou.
Os quatro espaços da Aruc ; galpão de ensaio, confecção de carros alegóricos, lazer e eventos ;, distribuídos em uma área de 32 mil metros, estão vazios. ;Nessa época, estaríamos correndo com os preparativos. Hoje, nem fantasias temos para contar história, mas quero que o samba volte;, ressaltou Moa. Para os desfiles, a escola contava com uma equipe de mais de mil pessoas, entre costureiras, músicos, coreógrafos e desenhistas. Hoje, há 50.
Por causa disso, a Aruc mantém parceria com blocos de rua. Neste ano, o grupo do Cruzeiro desfilará com o Suvaco da Asa, as Virgens da Asa Norte e o Fio Desencapado. ;Não é pela crise. Essa polêmica de que carnaval em Brasília é só bloco não existe. Os organizadores que nos procuraram. E a parceria vai continuar;, reforçou Moacyr. A Aruc também se prepara para se apresentar no evento organizado pelo governo.
Outra tradicional escola de samba que marcará presença na Torre de TV em 2 de fevereiro é a Acadêmicos da Asa Norte, que faz a alegria dos brasilienses há 49 anos. Entre 2012 e 2014, sagrou-se tricampeã da folia candanga. Porém, o presidente da agremiação, Jansen Melo, está preocupado com o futuro das escolas brasilienses. ;Nem o GDF em si, muito menos a Secretaria de Cultura, nos deram mais atenção;, reclamou. ;Contratamos muita gente. Tínhamos até uma equipe de costureiras que cuidavam das fantasias na Estrutural. Hoje, dependemos de eventos que não suprem as necessidades;, lamentou.
Desfile
As seis escolas tradicionais que se apresentarão são: Acadêmicos da Asa Norte, Águia Imperial de Ceilândia, Aruc do Cruzeiro, Bola Preta de Sobradinho, Império do Guará e Unidos da Vila Planalto/Lago Sul. A escolha das escolas foi feita pelo Governo do Distrito Federal. O motivo de ter apenas seis escolas, segundo o Executivo local, é o limite de verba.