Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 25/12/2017 20:40
Após meses de queda, os índices do Reservatório do Descoberto vêm apresentando altas consideráveis desde o começo de dezembro. Em medição na tarde desta segunda-feira (25/12), o reservatório apresentou o maior aumento diário de 2017, subindo de 23% para 26,1%. Com a subida, a barragem apresentou volume maior do que no mesmo período do ano passado, quando marcava 23,2%.
[SAIBAMAIS]No começo do mês, o reservatório começava a subir, mas ainda marcava 9,3%. O aumento de 13,9 pontos percentuais em apenas 25 dias tem explicação. Além das chuvas, que em novembro e dezembro superaram a média histórica, menos água está saindo do Descoberto. Isso ocorre porque a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) começou, em novembro, a abastecer cidades que antes eram atendidos por essa barragem com a água do Sistema Santa Maria/Torto.
A transferência começou pelo Guará 1 e 2 e, neste mês, chegou ao Lúcio Costa, Núcleo Bandeirante, Park Way, Candangolândia e Vila Metropolitana. Com isso, 370 litros de água por segundo estão deixando de sair do Descoberto. O valor corresponde a 10% do volume estabilizado de captação na barragem, e a Caesb espera continuar diminuindo o recolhimento, podendo chegar a até 700 l/s a menos do que antes do começo do racionamento de água.
Além disso, já faz mais de um mês que o período de chuva se tornou mais constante no Distrito Federal. Com isso, a água que infiltrou no solo no começo de novembro concluiu o ciclo e chegou aos reservatórios.
Acima das metas
No começo do mês, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) divulgou uma nova Curva de Acompanhamento, com metas a serem seguidas pelo Descoberto, que à época marcava 10,2% do volume total. O objetivo era fechar o ano com, pelo menos, 11%, e terminar o período chuvoso, em maio, com 50% do volume total do Descoberto.
Com a chegada aos 26,1%, o Descoberto não só fica acima do dobro do esperado para o fim de dezembro, como supera o esperado para janeiro de 2018 (15%) e se aproxima do estimado para o fim de fevereiro (32%). Mesmo com as subidas, ainda não há previsão de quando o racionamento de água possa chegar ao fim.