Jornal Correio Braziliense

Cidades

'Eu perdoo', diz pai de vítima de acidente causado por motorista embriagado

Pai de Ailton da Silva Assis, morto em acidente causado por motorista embriagado em Ceilândia, participou neste sábado de manifestação por justiça e paz no trânsito


A declaração foi feita durante uma passeata em Ceilândia Norte que, na tarde deste sábado (23/12), reuniu familiares e amigos de Ailton, que, muito comovidos ainda, pediram por justiça e mais civilidade no trânsito. A manifestação ocorreu na Praça da Bíblia, próximo ao local da tragédia.
Ailton voltava da igreja no último domingo (17/12) com a família, quando teve o carro atingido pelo veículo de Emanuel Batista de Sousa, 34 anos. Durante nove horas, ele lutou pela vida, mas não resistiu às fraturas múltiplas. A esposa dele, Thaynã Carvalho, 27 anos, continua internada no Hospital Anchieta, onde já passou por duas cirurgias. O filho do casal, um bebê de 1 ano, também estava no carro e se recupera do acidente, segundo familiares.

Emanuel, que dirigia alcoolizado uma caminhonete Frontier, foi submetido ao teste do bafômetro ainda no local. O resultado apontou a presença de 1,24mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões ; quatro vezes mais que o limite de 0,33mg/L considerado crime. Ele ficou detido na Delegacia de Polícia Especializada (DPE). Após pagar fiança, foi liberado no dia seguinte.


"Nossa família não terá Natal"


[SAIBAMAIS]De acordo com a irmã da vítima, Aline da Silva Assis, a viúva se recupera bem, mas está muito abalada com o que aconteceu. "A nossa revolta é saber que ele já está solto. Nossa família não terá Natal nem ano-novo, enquanto ele vai poder comemorar essas datas em liberdade", criticou.

Pastor na igreja que Ailton frequentava, Willian Luiz de Souza é uma das últimas pessoas que o viu com vida. "O mais difícil é conviver com a impunidade. Nós estávamos velando o corpo dele quando recebemos a notícia de que o outro motorista tinha sido solto. É uma perda muito grande para todos. Ele tinha muita alegria de viver", lamentou.
Emanuel deve responder por homicídio com dolo eventual, quando não há intenção de matar, mas se assume o risco ao adotar determinada conduta.