Com o ritmo, a barragem ultrapassa, com folga de 7,1 pontos, a meta estabelecida para o mês, de 11%, pela Agência Nacional de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). O órgão explica que o valor de referência é calculado a partir de uma curva de acompanhamento que leva em consideração índices dos meses anteriores.
A explicação para a aceleração no volume do descoberto está na enorme quantidade de chuva registrada nos últimos dias. Segundo medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 153,3 milímetros na última semana. Isso significa que, em apenas sete dias, caiu 62,31% da chuva esperada para todo o mês de dezembro, cujo índice pluviométrico médio é de 246mm.
Este fim de ano chuvoso contrasta com a falta de chuvas no mesmo período do ano passado. Naquele dezembro, o Inmet registrou apenas 154 milímetros acumulados ; quase a mesma quantidade registrada apenas na semana passada. O reservatório do Descoberto encerrou 2016 com o volume útil em 22% da capacidade.
Chove menos nesta semana
O ritmo acelerado de alta deve ser atenuado nesta semana. O Inmet prevê tempo mais aberto para o Distrito Federal. Nesta segunda-feira, o céu está parcialmente nublado com pancadas em alguns pontos do DF. A partir de terça-feira, o tempo fica ainda mais aberto, com alguma possibilidade de chuva. O instituto prevê, no entanto, a volta dos dias chuvosos ainda antes do Natal.
No Sistema Santa Maria, que passou a abastecer parte das regiões antes atendidas pelo Descoberto, o volume chegou a 26,4% ; a 13; alta consecutiva. O reservatório está 2,4 pontos percentuais acima do esperado para o mês.
A crise hídrica, porém, ainda é grave. Há quase um mês, o GDF decretou emergência por mais 180 dias, e a Adasa ainda trabalha com o cenário de racionamento em 2018. O órgão estima que, em maio, o volume útil do Descoberto atinja 50% da capacidade. Caso as metas sejam atingidas, o racionamento de 24 horas se mantém no ano que vem. Em março, provavelmente ainda durante os cortes no abastecimento, Brasília receberá o 8; Fórum Mundial de Água, no Mané Garrincha e no Centro de Convenções.
Um ano de crise hídrica
Os transtornos causados pela falta de água no reservatório marcaram 2017, ano do primeiro racionamento no abastecimento no Distrito Federal. A pior crise hídrica enfrentada pelo brasiliense é tema da série "Brasília na seca ; Um ano sem água".
Neste ano de torneiras fechadas, o morador das mais diversas áreas do DF teve de aprender a reduzir o consumo ou adotar novos hábitos para evitar o desperdício. Confira aqui se você vem se saindo bem na economia de água e ajuda os reservatórios a não secarem.