Um dos formandos, Francisco Carlos da Silva, ressaltou como o curso ajudou na conduta pessoal. "Antigamente eu não sabia distinguir o que era certo ou errado e, hoje em dia, eu estou aprendendo que a gente tem que ser gentil, educado e honesto", disse.
Já Roberto Carlos do Nascimento saiu do curso motivado para promover mudanças pessoais. "Esse projeto me fez entender e ver que eu tenho condições de atingir os meus objetivos para ter atitude de realizar os meus sonhos independentemente da minha condição de vida", comemorou.
O curso foi idealizado pela psicóloga da Defensoria Pública do DF e subsecretária de Atividade Psicossocial, Roberta de Ávila. "Percebemos que eles precisavam de uma capacitação para motivar e ressignificar a história de vida de cada um, mostrando estratégias de enfrentar os problemas, de como se comunicar de forma não violenta, abordando as regras e valores éticos e morais, além de passar informações dos direitos e deveres como cidadão", detalhou.
O projeto teve início em outubro deste ano e formou três turmas. Dos 75 alunos que começaram o curso, 54 conseguiram concluí-lo. No total, cada grupo tem seis encontros durante um mês. São duas aulas de noções básicas de direito e cidadania, uma de ética e motivação, uma de inteligência emocional e psicologia positiva, outra de saúde mental e a última sobre comunicação não violenta.
"Acreditamos que o curso auxilia na diminuição da violência, além de ajudar no equilíbrio emocional e abrir oportunidade para o mercado de trabalho. Os resultados foram surpreendentes. Estão saindo motivados, mudando o discurso de vítima e abandono para responsáveis por suas próprias vidas", relatou Roberta.
[SAIBAMAIS]Um dos parceiros do projeto, o Instituto Ipês, ofereceu cinco vagas de emprego para os formandos. Um processo seletivo vai definir quais dos 54 alunos vão ficar com os cargos. Segundo a defensora pública e diretora da escola de capacitação dos servidores do órgão, Paula Ribeiro, os escolhidos vão trabalhar na abordagem de pessoas em situação de vulnerabilidade. "O maior benefício é que a pessoa que está em situação de rua se identifica com o trabalhador, que já enfrentou problemas semelhantes, e percebe que, ao se empenhar, ele também vai conseguir se inserir no mercado de trabalho, recuperar a autoestima, melhorar a vivência", disse.
Para o ano que vem, a Defensoria Pública já fechou quatro turmas, de março a junho, para 100 estudantes no total. A Subsecretaria de Assistência Psicossocial fica responsável por pensar, organizar e gerenciar o projeto e a Escola da Defensoria Pública por disponibilizar os professores e materiais didáticos, além de fazer o transporte de ida e volta dos alunos.
Participe
A defensoria procura por mais parceiros que queiram ajudar no RenovAÇÃO. Quem tiver interesse de participar do curso ou ajudar sendo parceiro pode ligar para o número 2196-4409 ou enviar e-mail para escoladpdf@gmail.com.