O caso é investigado pela 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). A mãe do jovem, a aposentada Vera Lúcia de Oliveira, 65, contou que o rapaz estava em um bar da Asa Norte e se despediu de amigos por volta das 4h do último dia 3, afirmando que voltaria para casa, no Sudoeste, de bicicleta. Segundo ela, um conhecido do filho chegou oferecer carona a João Paulo, mas ele preferiu seguir sozinho. Quase 20 minutos depois, a família foi surpreendida com uma ligação. "Alguns rapazes encontraram ele caído no chão perto da Maternidade Brasília. Disseram que ele estava ferido", lembra Vera Lúcia.
Em seguida, Vera e o padastro do jovem seguiram até o local do possível acidente. Quando ela chegou, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já havia encaminhado a vítima para o Hospital de Base. "Conversei brevemente com os rapazes que socorreram o meu filho, mas, na correria, não peguei o telefone. Peguei a bicicleta, o celular e a carteira dele, deixei na casa do João Paulo e fui para o hospital", conta.
Na unidade hospitalar, o médico responsável pela atendimento informou que, em primeira análise, o caso não se tratava de uma simples queda e levantou a possibilidade de o jovem ter sido vítima de agressão. O músico não apresentava ferimentos em outras partes do corpo além da cabeça. "Acreditamos que alguém tenha dado várias pancadas na cabeça dele", disse a mãe.
Faltam pistas
O estado de João Paulo inspira cuidados. O jovem já passou por três cirurgias. Na tarde desta quarta-feira (13), sofreu uma parada cardíaca e foi reanimado pela equipe médica. Enquanto isso, a Polícia Civil trabalha na investigação do caso. O delegado-adjunto da 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Alexander Traback, investiga três hipóteses: a de que o músico tenha sido vítima de agressão física; tentativa de roubo; ou acidente de trânsito. "É um caso ainda com mistérios, uma vez que não levaram nada do rapaz. Estivemos no local, conversamos com alguns porteiros da região, e ninguém viu nada", detalha.
A polícia também solicitou imagens do circuito de segurança de prédios da região, mas não encontrou nenhum elemento que aponte algum crime. "Já fomos à região e pedimos imagens em outros prédios. Estamos aguardando para analisar e encontrar a possível causa", explicou Alexander.
Apesar de ainda não haver confirmação de que se trata de roubo ou agressão, o caso chama atenção pelo fato de o local em que o músico foi encontrado ferido ficar a aproximidamente a 1,1km de onde o o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, foi morto a facadas. O estudante também pedalava de bicicleta pela região.
Fontes ouvidas pelo Correio apontam que a linha mais forte de investigação envolve um morador do Paranoá com histórico de roubo de bicicletas na região central. Há meses, a polícia o prendeu próximo ao Memorial dos Povos Indígenas, tentando assaltar ciclistas. Na delegacia, ele disse que, na noite do assalto, quinta-feira (7), estava no centro de Brasília, mas negou qualquer relação com a morte de Arlon.