Alexandre se mostra decidido a romper com as práticas comuns na política. Mas não tem nenhuma inspiração na política brasileira. Restringe-se a tecer elogios tímidos ao senador José Antonio Reguffe (Sem partido-DF). ;Pelo menos na questão político-eleitoral, ele foi por um caminho totalmente diferente da velha política. Ele concorreu sem grandes fortunas ou recursos empenhados e propôs algo novo para o cidadão em determinados aspectos;, avalia.
Quanto a referências, Emmanuel Macrón, presidente da França, é o nome pronto. De perfil jovem e com muitas reformas pró-empresariado, Macrón era uma aposta outsider, assim como Alexandre se apresenta. No futebol, disse que atua no meio-campo ; o jogador que liga a defesa com o ataque e intermedeia os lances de gol. Sobremesa preferida? Responde com o jingle do Giraffas que fala sobre o petit gateau.
Como herdeiro de uma grande rede do setor alimentício, Guerra deixa escapar o tom liberal. ;O Estado deve ser grande em áreas como saúde e educação;. Defendendo mais eficiência do Estado e da gestão dos recursos públicos, ele aponta a burocracia como um dos fatores que mais prejudicam o setor empresarial. ;O Estado não é um fim em si. É um meio. O que gera a riqueza é a sociedade. A gente precisa empoderar de novo o indivíduo para que ele transforme essa realidade. Essa decisão tem que vir dele. Do mercado. Isso que é o gerador de riqueza e emprego;, argumenta.
Para concorrer à eleição, Alexandre tem o desafio de dosar bem como vai relacionar a sua imagem à da empresa. O que deve destacar: o homem Alexandre Guerra ou a bem-sucedida marca Giraffas? Em quem o eleitor vai votar? No herdeiro da rede de lanchonetes ou no empresário que pretende trazer eficiência empresarial ao estado? Guerra diz que se afastou da direção da empresa para se dedicar à vida política. Entretanto, para um rosto ainda desconhecido na política, ancorar-se em boa marca pode gerar empatia com o leitor.