Em depoimentos obtidos pelo Correio, testemunhas do caso do bombeiro que furtou uma viatura na madrugada deste domingo (3/12) afirmam que o 2; sargento do Corpo de Bombeiros Fabrício Marcos de Araújo, 44 anos, disse que queria causar danos ao Congresso Nacional. Segundo uma das pessoas ouvidas, o acusado chegou a dizer que tinha a "intenção de explodir a viatura" na sede do Legislativo. Após pegar o carro de um batalhão em Ceilândia, o militar só parou depois que policiais atiraram nas rodas do veículo, já na Esplanada dos Ministérios.
Nos autos de prisão, consta que o 1; tenente responsável pelo flagrante, lotado no 1; Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), recebeu ligação pela qual foi informado sobre o furto e, minutos depois, soube que Fabrício havia sido detido e seria levado ao quartel. ;Ao ser indagado sobre a motivação do crime, o condutor relatou que tinha a intenção de utilizar a viatura para causar danos à sede do Congresso Nacional;, destaca o documento.
Já uma capitã do Corpo de Bombeiros que contou o caso ao 1; tenente e prestou depoimento na condição de testemunha afirmou que recebeu áudios enviados por Fabrício no grupo de WhatsApp do 8; GBM, onde era lotado. Teria sido em uma dessas mensagens que Fabrício mencionou "sua intenção de explodir a viatura no Congresso Nacional;.
Em nota, a Secretaria de Segurança e Paz Social e o Corpo de Bombeiros disseram não ter encontrado, a princípio, indícios de intenções terroristas. As corporações relataram que, após o delito, Fabricio Marcos de Araújo foi encaminhado ao quartel, onde recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de furto qualificado, desobediência, danos ao material da administração militar e tentativa de dano.
Sinais de embriaguez e revolta
;O militar se encontrava em estado muito alterado, proferindo frases desconexas e apresentando hálito etílico;, diz um trecho dos autos de prisão. Já a militar que testemunhou disse que o colega "se encontrava alterado e com forte odor etílico". Fabrício se negou a fazer o teste do bafômetro, garantem fontes ouvidas pela reportagem.
A capitã também ressaltou que o acusado se mostrou revoltado com a situação política do país. ;O militar se mostrava muito indignado com a situação do país em geral, e bastante perturbado emocionalmente. Não se encontrava em suas plenas faculdades mentais, mas, com o decorrer do tempo, demonstrou que aparentemente estava ciente de suas atitudes;, disse em depoimento.
Fabrício Marcos optou por ficar em silêncio durante o interrogatório. Mas destacou que ;já deveria ter buscado atendimento psicológico há muito tempo;. Advogado do bombeiro, Rodrigo Veiga afirmou que ;vai aguardar o desenrolar do processo e, por ora, não se posicionará sobre o mérito das acusações;. ;Mas garanto que nada do que foi veiculado em redes sociais, como o suicídio de um filho e tendências terroristas, procede;.
O juiz plantonista . Durante a audiência de custódia, realizada esta tarde, o magistrado afirmou que, ao prosseguir acima do limite de velocidade permitido, o bombeiro "estava obstinado a atingir seu intento, não sendo possível precisar quantas vidas inocentes poderia ceifar para fazê-lo".
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