O que dois caipiras fazem quando se encontram na cidade grande? Empunham a viola caipira e matam a saudade do campo. Pelo menos foi o que fizeram Moises Mozer, 48 anos, e Luiz Borges, 38, que, desde 2015, quando se conheceram, vivem e revivem o amor pelo interior por meio da música. ;Quando a gente vem para a cidade, aquele cheiro de mato, as brincadeiras e a vida a roça não saem da gente;, diz Moises.
A dupla chamou a atenção primeiro pela internet, com vídeos que chegaram a ter 100 mil acessos em apenas três dias. Do mundo virtual para o real foi um pulo. Animados com a repercussão, Moises e Luiz organizaram o show No repique da viola, uma referência às folias de Reis realizada em 2016 no Teatro do Sesi, em Taguatinga. Venderam 370 ingressos a preços populares, pois o que queriam era celebrar a boa e velha música de raiz. ;Nós temos o pé no chão, sabemos que não é um estilo comercial;, diz Moises.
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A música é um trabalho paralelo, o que possibilita liberdade artística. Sem depender da música, podem tocar e cantar o que gostam. E, assim, vão cada vez mais longe, aproveitando um "reavivamento da música caipira", como gostam de dizer. Outro marco na carreira da dupla, por exemplo, foi a participação no programa Brasil Caipira, da TV Câmara. ;Para mim foi novidade, fiquei nervoso;, conta Luiz, que é analista de TI.
Laçados pela viola
A música caipira sempre fez parte da vida dos dois. Luiz Borges, embora tenha crescido na cidade, visitava sempre a fazendo do avô e começou a tocar viola ainda criança. Já Moises cresceu na roça, ouvindo André e Andrade, Trio Parada Dura, Tião Carreiro e Pardinho. Quando se conheceram e começaram a conversar pelas redes sociais, a sintonia foi imediata. ;Quando dá certo, à primeira vista, já temos uma boa impressão;, analisa Moises, que trabalha como comerciário.
Com tanta coisa em comum, é fácil escolher o repertório. Nos shows, não podem faltar canções e modas icônicas, que marcaram a vida de ambos, como A vaca já foi pro brejo, que traz a Moises o sentimento de respeito pelos pais, e Porta do mundo, que expressa o amor pelo sertanejo ; ;O som da viola bateu, no meu peito doeu, meu irmão, assim eu me fiz cantador, sem nenhum professor aprendi a lição;.
Agora, a dupla se prepara para entrar em estúdio e gravar o primeiro disco, e não para de ensaiar para a apresentação, no próximo dia 8, na Casa do Cantador, em Ceilândia. Na ocasião, acontecerá o evento Violas e Violeiros, a partir das 19h. Mas quem não aguentar esperar pode curtir a dupla pela internet. Para ficar bem informado, basta segui-los no Facebook ou Instagram.
Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende.