Após a recomendação das promotorias de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) e de Defesa do Meio Ambiente (Prodema) à Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) e à Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil para que desocupassem e promovessem a demolição imediata de construções irregulares em Vicente Pires, a Agefis iniciou a operação de derrubada de um prédio na cidade.
A operação começou na manhã desta sexta-feira (1;/12), sem previsão para terminar. Segundo a Agefis, a obra é irregular, construída em terreno público e sem alvará de funcionamento. Já havia sido interditado e recebido multa de R$ 4 mil. Mesmo assim, a construção continuava.
O prédio, localizado na Rua 3 de Vicente Pires, faz parte das 1,2 mil edificações que receberam autuações na cidade. Houve ainda sete operações de lacre físico dos prédios. Desde 2015, foram feitas 34 operações de desobstrução de área pública na região, segundo a agência.
A aposentada Nair das Dores, moradora da Vicente Pires, concorda com as derrubadas. "Tem que derrubar mesmo. Se não está certo, não está certo", resuma.
[SAIBAMAIS]A presidente da Agefis, Bruna Pinheiro, informa que a fiscalização do órgão sempre foi intensa com relação aos prédios e lotes de área pública. ;O resto das habitações da cidade está sendo regularizada pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap);, comenta. De acordo com ela, as derrubadas estão desencorajando as ações irregulares. ;A derrubada de uma obra que teve um investimento alto acaba doendo no bolso;, completa.
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Derrubada de 15 obras residenciais
No início da semana, a Agefis derrubou 15 obras residenciais em Vicente Pires. A ação ocorreu na Rua 10A, chácara 125, próximo às vias mais movimentadas da região. A justificativa é de que a área é destinada a prédios públicos, não residenciais. De acordo com o órgão, o parcelamento irregular da chácara 25 era monitorado desde junho deste ano.
"Vicente Pires tem sido alvo fácil de especuladores e aventureiros que agiram de maneira inaceitável para a capital do Brasil, e até mesmo para este século", avalia o professor Frederico Flósculo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB). "A cidade está acumulando muitos erros, o mais grave é o desmoronamento, em razão das construções serem feitas por pessoas que não são formadas nem em engenharia nem arquitetura. O risco é de morte", alerta.
Outro risco, na avaliação do especialistas, é de saúde pública, pois algumas das casas e edifícios têm ou tratamento da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb).
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer