O corpo do vice-presidente do Correio Braziliense, Evaristo de Oliveira, que morreu na noite desta quarta-feira (22/11), aos 72 anos, será velado neste sábado (25), a partir das 8h, na capela 10 do cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. O cortejo para a Ala dos Pioneiros sairá às 12h30, com o sepultamento ocorrendo às 13h.
Evaristo, que deixa a mulher, dois filhos e quatro netos, era conhecido pela cordialidade e humildade dentro e fora da empresa, onde trabalhou por 52 anos. O vice-presidente do Correio faleceu em decorrência de complicações de uma crise cardíaca.
Nascido em Luziânia, Evaristo construiu uma história bem-sucedida na capital federal. Pioneiro, ele chegou à cidade em 1965, mas sua relação com Brasília começou quase uma década antes. Ainda menino, assistiu à movimentação de operários e de máquinas que desembarcavam na região para consolidar o sonho de Juscelino Kubitschek. ;Costumo brincar que não vim para Brasília, Brasília é que veio até mim;, disse Evaristo, em uma entrevista em 2011.
O encanto infantil com o projeto da nova capital o levou a se aventurar pela cidade em 1965. Foi morar em Taguatinga, onde fez amigos que cultivou com dedicação durante toda a vida. No mesmo ano, o jovem de 19 anos encontrou nas páginas dos classificados do Correio um anúncio que seria sua porta de entrada para a empresa, à qual se dedicou durante mais de cinco décadas. Conseguiu o primeiro emprego como datilógrafo, quando ainda cursava o antigo científico.
Ciente de que precisava de um diploma para crescer na empresa e melhorar de vida, Evaristo cursou ciências contábeis no UniCeub. ;Descobri minha vocação;, relembrou, muitas décadas depois. ;Sempre gostei dos números e encantei-me pela precisão da contabilidade;, justificou Evaristo, em outra entrevista. A rotina era exaustiva, mas traduzia a determinação do jovem: ele trabalhava de dia e estudava à noite. Chegava em casa da faculdade quase de madrugada e, no dia seguinte, acordava disposto para se dedicar ao Correio. Evaristo tinha uma meta: ajudar o negócio a se desenvolver junto com o jornal. ;E como chegar lá, senão com trabalho e dedicação?;, questionou o contador. Em 2011, foi homenageado com seu nome em um empreendimento residencial do empresário Paulo Octávio, na 213 Norte.
Luto
Brasília terá três dias de luto, oficialmente, a partir de hoje. O ato foi determinado pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, após saber da morte do pioneiro Evaristo de Oliveira.
"Brasília perde uma de suas maiores figuras humanas. Eu perdi um amigo querido. Convivi com Evaristo e sempre admirei sua capacidade de trabalho, sua cordialidade, seu jeito sereno de tratar dos assuntos mais diversos e complexos sem nunca perder a tranquilidade. Era um vizinho goiano, do Caetano, em Luziânia, muito querido e respeitado. Pioneiro, ele ajudou Brasília a se consolidar como a capital de todos os brasileiros. Trabalhando no Correio Braziliense, ajudou a construir a sua história, que é a de todos nós brasilienses. Minha solidariedade e pêsames à família neste momento tão doloroso. Essa perda é irreparável. Brasília está de luto", afirmou Rollemberg em nota oficial enviada ao jornal.
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