Magali Sousa, mãe de Talita, mora na Bahia e vem a Brasília duas vezes por mês para ter novidades no caso. Ao todo, ela acredita que já veio mais de 18 vezes para cá depois do crime. Com duração de dois dias, a viagem do Nordeste para a capital é cansativa e cara. ;Só Deus sabe o que a gente está passando. Eu sou faxineira, meu marido é pedreiro, mas a gente vem porque quer uma resposta;, conta.
[SAIBAMAIS]De acordo com ela, é muito difícil conseguir informação da Bahia, por isso, tem de vir a Brasília frequentemente. ;Eles (policiais) não me atendem. Às vezes, eu mando mensagem por WhatsApp, mas não me respondem;, relata. Além disso, Magali reclama que a investigação é lenta e que não explicam o que está acontecendo para ela. ;Eles dizem que está andando, está andando; Queria saber para onde está andando;, questiona.
O Correio entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.
O crime
Em 26 de março, a técnica de enfermagem Talita Moreira teria saído de casa às 6h para ir ao trabalho. Ela trabalhava em um hospital particular no fim da Asa Norte. Preocupada porque a filha não retornou para casa após o plantão, das 7h às 19h, e também não deu notícias, a mãe registrou ocorrência do desaparecimento na noite daquele dia.
Em vídeo enviado ao DF Alerta, da TV Brasília, na semana passada, a mãe da jovem afirmou que Talita sempre informava onde estava, por isso a família se preocupou rapidamente com a falta de notícias. ;A gente saiu à procura da Talita em toda Brasília. Procuramos em hospitais, nas ruas, nas UPAs. Não faltou um lugar que a gente não procurasse;, contou a mãe.
Durante a investigação, descobriram que Talita não chegou no hospital naquele dia. Seu corpo foi encontrado ainda no dia 26, em um matagal próximo à estrada que dá acesso ao acampamento Chico Mendes, em Samambaia. Ela estava com um saco na cabeça e foi assassinada com um corte na garganta. Sem documentos próximos ao cadáver, a jovem foi identificada só no dia seguinte, pela mãe.
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer