Cidades

Romário apadrinha Apae/DF e pede inclusão de pessoa com deficiência

'Se a gente for falar dos 12 anos que minha filha viveu, já houve uma melhora grande. A participação deles na sociedade aumentou, mas ainda falta muita coisa', desabafou o senador

Letícia Cotta*
postado em 22/11/2017 11:14
Para o senador e a presidente da Apae no Distrito Federal, Diva Marinho, empresas precisam oferecer mais oportunidades de trabalho ao grupo

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae/DF), referência na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, foi ontem apadrinhada pelo senador Romário Faria (PSB/RJ). Juntos, eles lançam o projeto ;Apae é 11;, em referência ao número da camisa que o senador usava como jogador de futebol.

O evento, que acontecerá na próxima quinta-feira, tem como objetivo conseguir alimentos, roupas e recursos financeiros. Trará como atração principal o senador em jogo de futebol amistoso com convidados. ;Eu não podia deixar de aceitar ser um padrinho da Apae. Esse projeto é de grande importância para resolver, não sei se totalmente, alguns dos problemas que acontecem por aí no dia a dia;, afirmou o senador.

Pai de uma criança com síndrome de Down, Romário também disse ter vivido de forma especial os últimos 12 anos, desde o nascimento de sua filha, trabalhando para que as demais instituições tenham uma visão mais humana das pessoas que sofrem esse preconceito. ;Eu vivi intensamente os últimos 12 anos da minha vida. E ainda existe uma luta muito grande para que não só o Governo Federal, mas municipal, estadual, tenham um olhar diferenciado para instituições como a Apae;, explicou.



[SAIBAMAIS]Ainda assim, ele vê avanços para as pessoas com deficiência. ;Se a gente for falar dos 12 anos que minha filha viveu, já houve uma melhora grande. A participação deles na sociedade aumentou, mas ainda falta muita coisa;, desabafou o senador, que defende a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade como uma das pautas principais de sua atuação política.

Com a lei de cotas, as empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a ter um percentual de pessoas com deficiência participando das organizações. ;Isso não é cumprido;, criticou Romário. Para a presidente da Associação de Pais e Apae/DF, Diva Marinho, isso se deve ao fato de as instituições não terem contato com os jovens que participaram dos programas promovidos pela instituição. ;Nós entendemos que as empresas tenham uma preocupação, mas eles não conhecem nossos meninos, e eles ficam prejudicados principalmente quando têm a deficiência intelectual;, explica.

O caminho é longo e, no Brasil, tudo tende a ir muito devagar. Mas nada disso é motivo para que as pessoas que sofrem com esse tipo de situação se sintam desmotivadas, segundo o senador Romário. ;Eu tenho duas pessoas na minha equipe que têm deficiência, e tudo a que são propostas, elas fazem muito melhor que muita gente que não sofre com isso. Então, sim, posso afirmar que estão preparadas para fazer o que têm que ser feito. Nós vemos muitas vezes, em assembleias de alguns estados, várias pessoas e jovens adultos com autismo, até mesmo na política;, afirma.

*Estagiária sob supervisão de Paulo Silva Pinto

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