Para a classificação da cor ou raça dos entrevistadosestudo, o levantamento levou em conta os mesmos parâmetros utilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): os responsdentes se declararam como negros (pretos e pardos ou mulatos) ou não negros (brancos, amarelos e indígenas). Dos 2,9 milhões de habitantes do Distrito Federal em 2015, 57,93% se declararam negros. Segundo a Codeplan, esse índice cresceu 4% ao longo dos períodos comparados.
Localização
Para analisar os aspectos pré-definidos, o estudo avaliou o perfil dos moradores da área urbana do Distrito Federal com base em quatro grupos de localidades, classificadas da maior para a de menor renda domiciliar média. O documento apontou que, quanto maior a renda média na localidade de residência no DF, menor a proporção de negros na região.
A maior concentração negra no DF foi registrada nas regiões administrativas do Grupo 4, que conta com 71,05% dessa população entre os habitantes. Já no Grupo 1, que reúne as áreas com maior renda domiciliar média, a concentração maior foi de não negros - parcela que representa 67,19% dos moradores das áreas consideradas (veja o quadro abaixo).
Escolaridade
[SAIBAMAIS]Embora o total de pessoas com mais de 25 anos e escolaridade superior tenha crescido 3,6% entre a população negra e 4,29% entre os não negros, a porcentagem total de indivíduos negros nesse grupo é de 18,99%. Entre os não negros, no entanto, esse número representa mais que o dobro: 38,16%.
Na análise referente à população com superior completo, os negros representam 64,8% dessa parcela no Grupo 1 - 12,94% a menos que os não negros. Entre as regiões administrativas do Grupo 4, os não negros representam quase o dobro da quantidade de negros com superior completo (5,7%).
Mercado de trabalho
A quantidade de pessoas negras e não negras ativas no mercado de trabalho quase não varia. Esse é o primeiro ponto em que os dois grupos quase se equiparam. Porém, o quadro é mais complexo e se diferencia quanto ao fator qualitativo dos cargos: "Nas ocupações que exigem menor qualificação profissional, caracterizadas pela incidência de trabalhos precários, o percentual de negros é grande e se sobrepõe ao de não negros", afirma o documento.
Setores como construção civil, indústria de transformação, comércio e serviços domésticos - áreas que ofertam mais cargos para trabalhadores com menor escolaridade e qualificação profissional - indicam percentuais mais expressivos de absorção da população negra, o que não ocorre nos setores da administração pública e comunicação, por exemplo.
Em 2015, o índice de negros na construção civil era de 70,8%, na indústria de transformação, de 66,58%, no comércio, de 62,16%, e nos serviços domésticos, de 70,42%. Já na administração pública, essa proporção representa 40% e, no setor de comunicação, 39,8%.
Rendimento
Inclusão digital
"A universalização do acesso à rede é entendida como condicionante de extrema importância no contexto da promoção do desenvolvimento social e econômico do país", apontou o estudo para justificar a análise do quesito.
Os dados da pesquisa mostraram que, na medida em que as rendas diminuem, ambos os grupos têm menores índices de inclusão digital, mas as proporções de cada um se distanciam. No grupo de alta renda, por exemplo, 87,8% dos negros usam a internet, contra 89,9% dos não negros. Já no grupo de baixa renda, o número de acesso de ambos diminui, mas se tornam mais desiguais: 55,2% e 58,25%, respectivamente.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer