Jornal Correio Braziliense

Cidades

Vigilância Sanitária investiga possível intoxicação alimentar após festa

Uma das cozinhas da casa de festas infantil em Águas Claras em que ocorreu o evento chegou a ser interditada. No dia seguinte, após nova inspeção, local foi liberado

[SAIBAMAIS] A anfitriã, que pediu para não ser identificada, contratou o espaço e os serviços da Mansão Catavento para a festa de aniversário dos dois filhos. Após o evento, os convidados começaram a relatar mal estar, vômito e diarreia. Pelo levantamento informal feito por ela, dos 195 presentes, além de crianças com menos de 4 anos, ao menos 90 apresentaram algum tipo de sintoma relacionado à intoxicação alimentar.
O diretor da Mansão Catavento, Vladimir Matteo, disse ao Correio que a casa de festas recebeu as reclamações e se prontificou a analisar a situação. "Apesar de essa ser a primeira acusação do tipo em 12 anos de empresa, não descartamos a possibilidade e nos comprometemos a dar todo o apoio para verificar os fatos. O problema é que ninguém apresentou laudos médicos ou qualquer confirmação, e a contratante já pediu reparação financeira antes mesmo das análises. Como isso não foi atendido, ela nos ameaçou, dizendo que o irmão era advogado e tinha conhecidos na vigilância", relatou.
Uma das convidadas, que também não quis se identificar, afirmou que ela, o marido e o filho passaram mal após a festa, mas sem um laudo oficial a confirmação do caso acaba sendo prejudicada. "Poucas pessoas foram de fato ao hospital tomar soro. A gente, que é pai e mãe, sabe, medica, deixa em casa até mesmo para evitar riscos hospitalares e acaba não levando. Mas contra fatos não há argumentos: a dona da festa contou mais de 90 doentes".
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Após reclamação protocolada junto à Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), fiscais fizeram uma inspeção no estabelecimento, na segunda-feira (20/11). A ação resultou na interdição de uma das cozinhas. Vladimir Matteo, alega, no entanto, que a medida foi exagerada e fora dos padrões. "A equipe invadiu o local durante um evento, alegando ter poder de polícia. Disseram que estava tudo irregular, que tinha um ;esgoto a céu aberto;, quando, na verdade, dois pedreiros estavam apenas realizando reparos fora da cozinha. Não havia um produto vencido. Mesmo assim, fecharam a cozinha e tentaram expulsar os convidados. A medida foi desproporcional e houve até agressão por parte de um dos fiscais", detalhou.
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que, na tarde desta terça-feira (21/11), a equipe da Divisa retornou ao local. "Durante a inspeção, a empresa apresentou uma outra cozinha de apoio e está servindo produtos alimentícios que ensejam menor risco. Devido a isso, a cozinha foi desinterditada". A pasta declarou, ainda, que a Vigilância Epidemiológica também foi notificada e está em processo de investigação para verificar se houve ou não intoxicação alimentar. Não comentaram, no entanto, a conduta do agente.
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