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Com metrô em greve, passageiros reclamam de demora e passagem cara

Crise entre Metrô/DF e sindicato mais que triplica o tempo de viagem no transporte público. Os mais atrasados recorrem a aplicativos para chegar na hora

. A espera pesou no bolso do brasiliense, que precisou pegar mais de um ônibus ou mesmo recorrer aos aplicativos de transporte.


[SAIBAMAIS]Em vez dos 25 minutos habituais que levam a vendedora Laís Alves, 25 anos, ao ParkShopping, o trajeto percorrido pela jovem durou uma hora e meia. Além de desembolsar R$ 4 a mais ; normalmente ela paga R$ 10, mas gastou R$ 14 ;, a comerciante precisou mudar a rotina para não chegar atrasada.

"Acordei duas horas mais cedo para dar tempo de tomar café da manhã sem me apressar", contou Laís, enquanto esperava por um ônibus entre o Setor Policial Sul e a entrada da EPTG. Ela mora em Taguatinga Sul, de onde pegaria apenas um metrô que a deixaria praticamente na entrada do shopping.

Para seguir da Rodoviária do Plano Piloto rumo ao Guará, a vendedora de cosméticos Fabiana Gaia, 35 anos, gastou 50 minutos em um trajeto que faria em cerca de meia hora caso o metrô tivesse funcionando. Não bastasse a demora, a comerciante gastou o dobro do valor com a passagem: R$ 20 ida e volta. "Fala-se tanto para usarmos o transporte público e deixar o carro em casa, mas, com essas greves, fica muito difícil", desabafou.

A solução para os atrasos e gastos de Laís e Fabiana ainda está longe. Apesar de o TRT/10 ter confirmado, na noite de segunda-feira (20/11), a obrigação de o Metrô/DF trabalhar com ao menos 90% no horário de pico, nem estatal nem o Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô) entraram em acordo.

O tribunal estipulou multa de R$ 100 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento, mas, mesmo assim, ainda não há previsão para a volta dos trens.

Transporte particular comemora maior movimento


A saída encontrada por aqueles que não podiam se atrasar foi o uso de aplicativos de transporte público. Por volta das 6h, o preço de uma corrida de Águas Claras ou Taguatinga rumo ao Plano Piloto chegava a dobrar em um dos aplicativos.

Vantagem para o motorista Stefane Ribeiro, 29 anos. Nestes dois dias úteis de paralisação total do metrô, a margem de lucro que ele obteve aumentou em R$ 50. "A maioria desses passageiros era de pessoas atrasadas que não podiam esperar por mais um ônibus", descreveu.

Segundo Stefane, boa parte dos passageiros chegou a pegar um coletivo até a Rodoviária do Plano. "Mas, para seguir até os Ministérios ou aos setores de Clubes Sul ou Norte, eles pagavam até R$ 20 para chegar no horário", completou.
Por causa da greve no metrô, os motoristas de aplicativo podem, ao menos, reduzir o tempo de viagem. As faixas exclusivas em pistas como a EPTG e a EPTG estão liberadas, até as 23h59 desta terça-feira, pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e pelo o Departamento de Trânsito (Detran/DF).