Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 14/11/2017 11:00
As estações do Metrô fecharam as portas às 10h desta terça-feira (14/11). Na noite de ontem, o Sindicato dos Metroviários (SindMetro), em assembleia, votou por continuar com a greve por tempo indeterminado. A categoria alega que o governo ainda não apresentou propostas para possíveis negociações. Com isso, os trens vão rodar somente em horários de pico: das 6h às 10h e das 16h30 até as 20h30, com 18 trens.
[SAIBAMAIS]Na estação da Rodoviária do Plano Piloto, os usuários, agora, se deparam com um aviso dos horários de funcionamento durante a paralisação. Isso deixou a dona de casa Conceição Fonseca, 56 anos, mais aliviada. Nos primeiros dias da greve, ela não sabia se o metropolitano iria parar parcialmente ou 100%. ;Pelo menos se preocuparam em informar a população. Só havia um cartaz dizendo que estavam em greve. Tinha dia que eu chegava aqui estava fechado. No outro, aberto. Nós, passageiros, somos os mais afetados;, explicou a moradora de Samambaia.
Dentro da estação na Rodoviária, os passageiros têm acesso a bancos 24 horas. Porém, logo no fechamento das portas, o aposentado por invalidez Miguel Alberto de Souza, 58 anos, tentou convencer por 10 minutos um dos seguranças a utilizar o caixa, mas foi em vão. ;Só queria pegar dinheiro para pagar uma conta ali na lotérica. Eu não sei o que isso tem a ver com a greve do metrô. Mas entendo que é o trabalho deles (segurança). Vou perder tempo indo no Conjunto (Nacional) para conseguir quitar a dívida;, explicou Miguel, que vinha de Valparaíso para uma consulta médica.
Decisão judicial
Após abrirem as portas no último domingo (12/11) para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), decisão judicial expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT-10), os metroviários retomaram a greve na manhã da última segunda-feira. Porém, o Metrô alega que a determinação não está sendo cumprida pelo sindicato. No documento, o TRT-10 solicita que a estatal funcione com 90% da frota, cerca de 22 trens, em horário de pico e 60%, ou seja, 15 veículos, em tempo normal.
Em nota, o Sindimetro-DF informou que, além de aguardarem uma resposta ou marcação de reunião por parte do GDF para o pagamento do reajuste de 8,41%, atrasado desde 2015, lamenta a falta de proposta para nomeação dos mais de 600 aprovados no concurso de 2014.
Já o Metrô precisa entregar, na próxima quinta-feira (16/11), a réplica ao TRT sobre a situação da estatal. Apenas com a documentação em mãos, a Justiça vai avaliar e emitir uma decisão sobre a greve.