Jornal Correio Braziliense

Cidades

Raphaella Noviski é enterrada em Alexânia sob aplausos e muita comoção

Despedida de Raphaella Noviski teve aplausos e balões brancos pedindo pela paz. A jovem foi vítima de feminicídio e cortejo percorreu a cidade Alexânia


[SAIBAMAIS]O enterro ocorreu após um cortejo que cruzou cerca de 2,5km pela cidade no Entorno do Distrito Federal. No trajeto, familiares, amigos e moradores de Alexânia pediam justiça.
O velório foi realizado na Igreja Assembleia de Deus Madureira e começou por volta das 20h de segunda-feira (6/11), durando mais de 12 horas. O prefeito do município, Alysson Silva Lima (PPS), participou do funeral nas últimas horas de ontem. Ele decretou luto oficial de dois dias por causa da barbárie.

"É uma mistura de sentimentos"


O pai da vítima e agente penitenciário Leandro Márcio Romano, 40 anos, estava muito abalado durante o enterro e clamou por justiça. Ele mora em Belo Horizonte, mas chegou em Alexânia, na manhã do último domingo para passar férias. O pai iria se encontrar com Raphaella e a irmã no dia do crime, após a aula. "É uma mistura de sentimentos. Raiva e tristeza caminham juntos. Eu espero que ele (assassino) fique bastante tempo preso. Trinta anos, para ele, na cadeia é pouco", disse.

Na igreja, o clima era de revolta. Amigos e familiares diziam não entender por que o assassino resolveu matá-la simplesmente pelo fato de ter sido rejeitado pela jovem. "Ele (Misael) destruiu um sonho num ato frio e covarde. Espero que ele pague pelo que fez", lamentou Alex dos Santos, 26 anos, amigo de igreja da jovem.
Segundo relato de uma prima de Raphaella, o rapaz chegou a ameaçar a estudante, por telefone, horas antes do assassinato. "Ele já a ameaçava desde o ano passado. Quando foi hoje cedo (ontem), ela recebeu uma ligação e ouviu: ;Está preparada?;. Aí, logo em seguida, ele desligou;, afirmou na segunda-feira a jovem, que preferiu não se identificar.
Raphaella morava com a avó e, em outra ocasião, Misael ameaçou entrar na casa da menina com uma faca. ;Ela não procurou a delegacia porque pensou que isso fosse acabar. No ano passado, ele foi à casa da minha avó ameaçando entrar dentro com faca. Minha avó é cadeirante, ficou desesperada. E meu tio ameaçou ligar para a polícia se ele continuasse indo para lá", contou a prima da vítima.
[FOTO1050325]