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Brasília Tattoo Festival ocorre neste fim de semana no Centro de Convenções

A possibilidade de deixar uma criação permanente no corpo fascina

Isabella de Andrade - Especial para o Correio
postado em 04/11/2017 08:00
Tatuadores brasilienses mostram seus diferentes estilos e as inovações na criação de tatuagens
Os desenhos são criados entre as mais diferentes estéticas e a procura pelo trabalho não para de crescer. Entre artistas mais tradicionais, aprendizes e jovens que buscam a inovação, Brasília se profissionaliza no ramo da tatuagem e atrai olhares de todo o país. A decoração moderna e as cores vivas costumam imperar nas paredes de estúdios e salas de criação, enquanto os olhos concentrados dos tatuadores mostram o cuidado e a vontade em criar uma marca pessoal, única e de qualidade em cada pele tatuada. A possibilidade de deixar uma criação permanente no corpo fascina tatuados e tatuadores e cria um movimento constante entre os estúdios da capital.

O Brasília Tattoo Festival chega a sua 4; edição e movimenta a cidade nesse final de semana. Além dos stands de tatuagem e body piercing, reunindo o melhor da arte na pele, o evento conta com shows musicais, concursos e modelos exóticos. A ideia é movimentar a cena do Distrito Federal e fomentar o mercado local, mostrando que a prática se profissionalizou progressivamente na última década. Tatuadores de diferentes regiões do país se encontram para mostrar seus trabalhos e trocar experiências, com apresentação de novas tecnologias e materiais, é um dos pontos fortes do projeto. Neste ano, 202 stands ocupam o espaço do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

[SAIBAMAIS]O idealizador do evento, Paulo Henrique Kbeça, fez sua primeira tatuagem aos 18 anos e desde então se apaixonou pela body art. Seu estúdio, localizado no Gama Shopping, completa 13 anos de produção na cidade. Depois de viajar pelo país e conhecer grandes projetos de outras regiões, Paulo decidiu que criaria um importante espaço de circulação, divulgação e fomento da tatuagem em Brasília. ;Trazemos gente de todo o mundo, tem tatuadores como o Jeff Farmer, dos EUA, e Hankey Jee, da Holanda;, destaca.

Um dos destaques de 2017 é a presença de Inácio da Glória, tatuador mais antigo em atividade no país, com mais de 35 anos de carreira e mais de 25 mil tatuagens feitas. Quem caminhar pelo espaço do evento poderá conhecer um pouco da história da tatuagem, de Inácio e de seu estúdio, o Ilha Nativa, aberto em 1976, em Brasília. Inácio é pesquisador da cultura brasileira, da arte da tatuagem, de grafismos indígenas e da relação autoral entre obra e artista. Atualmente ele mora no Guarujá (SP).

Enquanto isso, a melhor tatuagem, escolhida pelo concurso do evento vai ganhar R$ 10 mil, e um troféu criado pelo artista Ale Amorim. São diversas categorias que mostram um pouco de como a tatuagem se transformou nos últimos anos, abrangendo cada vez mais estilos: melhor do evento, tribal, revelação, realismo, preto e cinza, portrait, pontilhismo, oriental, old shcool, new school, neotradicional, cultura brasileira, costas, comics, colorida, Brasília e aquarela.

Kenji Matsunaga, um dos participantes da edição, passou por diversas funções em estúdios de tatuagem enquanto aprendia o ofício. Para ele, por mais que exista um apelo estético em cada trabalho, todo tatuador expõe sua arte pessoal com seu estilo próprio. ;Eu gosto de trabalhar com desenhos tradicionais japoneses, americanos e neotradicional. Tento sempre aprimorar meus estudos diversificando a pesquisa e prática entre o maior número de estilos possíveis;, conta o tatuador.

Matanza é uma das atrações musicais da noite de sábado no festival

Mulheres em Cena


As tatuadoras marcam forte presença no evento e mostram que os nomes femininos se consolidam no ramo. Com profissionalismo e talento nos traços, tatuadoras abrem espaço em um ramo antes dominado por homens. Indo de encontro aos estereótipos que reforçavam a presença predominante dos tatuadores, elas mostram que há espaço para todos os gêneros e estilos nos estúdios. Uma das artistas que participam da edição é Téssia de Araújo Galvão, que iniciou suas práticas e estudos na área em 2007.

Téssia destaca que as possibilidades para a body art mudaram nos últimos dez anos e que, no início, não era possível encontrar tanta gente interessada em se tatuar na cidade. Com o crescimento da demanda, mais tatuadores conseguem se profissionalizar. ;Comecei a aprender observando muito e sempre pratiquei bastante. No começo, as pessoas achavam que tatuar não poderia ser considerado uma profissão. Hoje tenho meu próprio estúdio, o Ateliê Tattoo-DF e estou aqui, com outras parceiras, fortalecendo a participação das mulheres no meio;, destaca a tatuadora.

Sem restrição na hora de experimentar novas abordagens e estilos, Téssia gosta de transitar e trabalhar com a simetria, a escrita, os pontilhismos e a aquarela. ;Quando escuto uma nova ideia vinda de um cliente, sempre tento manter-me receptiva. Há muitas possibilidades;. A vontade de abrir seu próprio estúdio veio com o desejo de ter mais liberdade e poder trabalhar de maneira mais tranquila.

Para aprimorar o ofício, é preciso estudar o funcionamento das máquinas utilizadas, a qualidade e diferenças entre os tipos de tinta e espessura das agulhas. A responsabilidade é grande ao deixar um desenho permanente na pele do outro e, sendo assim, é preciso dar sempre o seu melhor.

Tatto Festival: oportunidade para conhecer e divulgar os trabalhos

Serviço


Brasília Tattoo Festival 2017, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, de 3 a 5 de novembro, das 11h à 0h. Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada).

Hoje (4/11)
19h30: Never Look Back
20h20: Macakongs 2099
21h30: Bruto
22h50: Matanza

Amanhã (5/11)
13h: Batalha do Relógio
15h: DJ;s Lethal/Kaster
21h30: Haikaiss

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