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Prata da Casa: Rick Márcio encanta com violão erudito nas ruas de Brasília

Professor, aluno e músico, Rick Márcio se divide entre várias atividades, sempre encontrando tempo para alegrar os pedestres da capital



São muitos os músicos que se apresentam em frente ao shopping Conjunto Nacional, mas passa com frequencia pelo local já deve ter ouvido a música marcante do violonista Rick Márcio Pereira, de 32 anos. Rick é uma pessoa incomum: não possui redes sociais, televisão, não costuma se atualizar pela internet, e muito menos tem seus trabalhos divulgados na mesma. Para vê-lo tocar, o jeito mesmo é contar com a sorte, e talvez essa seja a graça de seu trabalho, a beleza do inesperado.

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Resultado de influências incomuns, como os violonistas Paco de Lucía, Yamandu Costa e Heitor Villa-Lobos, o músico paraense se dedica ao violão erudito. Suas composições instrumentais são inspiradas em ritmos estrangeiros como música flamenca e árabe, e também passeiam por arranjos mais familiares aos nossos ouvidos, como música clássica, bossa-nova, carimbó e chorinho.

Autodidata, Rick toca desde os dez anos de idade: "Violão é uma coisa de família. Meu pai tocava, meu avô tocava. Está no sangue", orgulha-se. Em 2008, ele deixou Belém e seguiu para Brasília, na esperança de que essa mudança lhe gerasse oportunidades fora do Brasil: "Fiquei um tempo no Egito estudando árabe, o que também influenciou na minha música. Gosto muito de improvisar com as escalas do alaúde." Após essa temporada, Rick retornou a Brasília em 2015, onde começou, de fato, a estudar. Hoje ele se divide entre o curso superior de administração, o trabalho como professor de violão, o estudo do instrumento na Escola de Música de Brasília e, ainda, consegue encontrar um espaço na agenda para apresentações na rua.

Mas porquê o músico faz tanta questão de conceder essas apresentações? A resposta é simples: "Gosto dessa coisa de ter povão, do calor humano. Também é importante levar alegria ao outro, edificar a vida das pessoas. As vezes, a pessoa que está passando ali teve um dia ruim, e ao ouvir a música, você percebe o semblante mudando na hora, se ilumina. É importante para mim fazer o bem", completa. A música também sempre foi uma espécia de terapia: "Me dá alegria. Sempre senti como um momento de reflexão", afirma. Humilde, Rick se descreve como uma pessoa de fé e, quando questionado sobre suas expectativas para o futuro, ele responde: "O futuro pertence a Deus. Espero ser um cidadão melhor e ajudar a construir um país melhor."

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*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.