Jornal Correio Braziliense

Cidades

Filhos são os que mais agridem idosos no Distrito Federal, diz levantamento

Eles praticam 59% das agressões contra os pais. Dado é da 3ª edição do Mapa da Violência Contra a Pessoa Idosa, e o levantamento foi possível a partir, principalmente, da reunião de informações do Disque Direitos Humanos, o Disque 100



O levantamento foi possível graças à reunião de dados entre fontes distintas, principalmente do Disque Direitos Humanos (Disque 100), da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência (Nepav) e da Secretaria de Saúde do DF.

Cerca de 59% dos agressores são filhos ou filhas das vítimas. Em 8,14% dos casos, o agente é neto ou neta do idoso. ;O último caso que acompanhei foi de uma senhora de 85 anos que chegou a ser trancafiada na própria residência. Foram os filhos que fizeram isso;, contou a defensora pública Márcia Domingos.

Lagos Norte e Sul

Em regiões no Distrito Federal, Ceilândia é a cidade com maior número de casos, com 16,47%. Em seguida vem Taguatinga, com 10,92%. Por último, Plano Piloto, com 10,35%. Juntas, concentram cerca de 38% das denúncias. De acordo com a defensora pública Márcia Domingos, a agressão não tem relação com a economia brasiliense. ;As três primeiras regiões têm perfil socioeconômico completamente diferente, de baixo para alto. Recebemos denúncias, principalmente, dos Lagos Norte e Sul;, contou Márcia.

A promotora de Justiça de Defesa do Idoso, Sandra Julião, ressalta que o enfrentamento à violência contra o idoso não acaba com a punição familiar. ;Não adianta culpar sem oportunidades de modificação comportamental. Isso requer, em muitos casos, mudanças na conjuntura em que as famílias vivem. É preciso estender os limites da assistência por meio de ações previstas no Estatuto do Idoso", mencionou Sandra.

"Não adianta culpar sem oportunidades de modificação comportamental. Isso requer, em muitos casos, mudanças na conjuntura em que as famílias vivem"
Sandra Julião, promotora de Justiça de Defesa do Idoso