Entre os passos apressados de quem passa em frente ao Conjunto Nacional, na região central de Brasília, 16 pares de pernas caminham em outro ritmo. Eles bailam ao som de tango e ali mesmo, na rua, dançam em pares, em um dia casual, o típico ritmo argentino. Segundo o gestor público João Corrêa, um dos coordenadores do projeto Tango na Rua, a dança é "uma caminhada em torno da música."
Corrêa vive uma história de amor com o tango há 20 anos, quando apresentou uma coregorafia no próprio casamento. Mas, a paixão pela dança, que envolve drama, sexualidade e força, começou quando o gestor público ainda dançava samba de gafieira.
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Apesar da antiga história com o ritmo, o projeto começou em 2009 e, desde então, movimenta o local próximo à plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Durante as apresentações, alguns passam devagar, e outros param boquiabertos quando se deparam com a elegância que contrasta com o espaço que já faz parte do dia-a-dia da população de Brasília. Mas, os mais corajosos deixam, a bolsa ou a mochila de lado, e param para dançar um pouco.
O sucesso do ritmo em Brasília levou à criação do Dia do Tango no DF, comemorado em 08 de junho, data escolhida em homenagem ao dançarino Giovani de Almeida, precursor do tango popularizado. O Tango na Rua, inclusive, é um dos frutos do trabalho de Almeida, mas conta também com a participação de Larissa Chaperman e Ceci Almeyda.
O sucesso do ritmo em Brasília levou à criação do Dia do Tango no DF, comemorado em 08 de junho, data escolhida em homenagem ao dançarino Giovani de Almeida, precursor do tango popularizado. O Tango na Rua, inclusive, é um dos frutos do trabalho de Almeida, mas conta também com a participação de Larissa Chaperman e Ceci Almeyda.
Ao lado de João Corrêa, o argentino Mario Miskiewiez também coordena o Tango na Rua. Miskiewiez mora em Brasília e dá aulas do ritmo na capital federal. "Utilizamos o espaço público, que é bem concorrido, para ficar perto do dia-a-dia, mais próximos de cada pessoa", explica. Segundo Mário, o grupo não passa o famoso chapéu para conseguir algum dinheiro. O objetivo mesmo é só dançar e se divertir.
A maioria que para para dançar não conhece muito sobre o ritmo: os interessados se aproximam curiosos, mas logo procuram por aulas. Durante os intervalos de cada tanda, como se fossem rounds de uma luta, os casais também dançam samba e forró, pois assim, segundo os organizadores, há uma diversidade maior de público.
Questionado pela polícia em um dia de apresentações, João falou sobre o direito de ir e vir, e, ainda, de se expressar. "O artigo quinto da Constituição dá direito à livre manifestação artística. É livre." E quem quiser dançar, é sempre bem-vindo. O grupo se apresenta na primeira e na terceira segunda-feira de cada mês, das 18 às 21h, em frente à entrada B do shopping Conjunto Nacional. Todos podem participar, até mesmo quem ainda não sabe dançar.
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*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.
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*Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão.