Jornal Correio Braziliense

Cidades

Indicadores apontam bom momento para investir em imóveis no DF

Indicadores apontam aumento de vendas no setor imobiliário, e a construção civil programa retomada de novos projetos. Movimento reduz desemprego e setor registra 2 mil contratações em um mês


O presidente da Ademi, Paulo Muniz, explica que a queda da taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) levou investidores e compradores a mudar o comportamento em relação à economia brasileira. ;Tendo em vista que os preços dos imóveis estavam parados num patamar abaixo do praticado, alguns aproveitaram a oportunidade para comprar. Com a redução dos estoques é possível que os valores das unidades aumentem novamente;, acredita Muniz.

De acordo com o boletim da CBIC, no segundo trimestre, no DF, as vendas totalizaram 721 unidades, um aumento de 11,1% em relação ao trimestre anterior, com 562 vendas. Comparado a 2016, houve acréscimo de 48% nas vendas de imóveis novos: na planta, em construção ou prontos.

Para o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, o cenário do DF é parecido com o do restante do país. ;Estão cada vez mais reduzindo os estoques de unidades disponíveis. Isso é bom para o setor, uma vez que, vendendo os imóveis prontos, as incorporadoras reduzem as dívidas e passam a ter confiança para investir em novos lançamentos.; Se a tendência continuar, é possível que a cada mês ocorram lançamentos imobiliários, adianta.


Desconfianças


O vice-presidente do Sinduscon-DF, João Accioly, lembra que o estoque de imóveis vem caindo desde o fim do ano passado. ;O setor passou por um período difícil no fim de 2014, que se estendeu até 2016. O mercado em Brasília teve uma ascensão com o lançamento do Noroeste, mas depois a crise fez com que os investidores recuassem;, explica.

No fim do ano passado, segundo Accioly, surgiram sinais de recuperação. ;As vendas melhoraram e a expectativa é de novos lançamentos.; Ele observa que as dificuldades burocráticas para licenciamentos em Brasília traziam desconfianças ao investidor. ;A legislação era desatualizada. Agora, estamos fazendo um trabalho com o governo para solucionar todos os entraves.;

O casal Ivone de Freitas, 57, e Lázaro de Freitas, 66, pesquisou as ofertas de imóvel durante um ano. Com o tempo de pesquisa, eles conseguiram perceber que as condições e os preços foram melhorando, na comparação entre 2016 e 2017. Optaram, no fim, por um apartamento no Noroeste, ainda na planta. Parte do investimento foi garantido com a venda de um imóvel que eles tiveram dificuldade de negociar pelo preço mais alto. ;Demoramos um ano pra conseguir vender a nossa casa no Park Way. Quando abaixamos o preço, a venda foi rápida;, conta Ivone.

Depois do tempo que levou calculando orçamentos e despesas para a compra do apartamento, o casal garante que os imóveis novos já prontos estão mais baratos. ;A gente preferiu comprar na planta porque queremos o imóvel do nosso jeito. Porém, há, sim, mais baratos e novos. Quem começar a procurar neste período, com certeza acha;, comenta Lázaro, aposentado do Banco do Brasil.

É o que está fazendo o servidor público aposentado Anirton Ribeiro, 69 anos. Ele aproveita a melhora nos preços e nas condições para investir em um imóvel para os dois filhos, na quadra 102 do Noroeste. ;Aqui, eles vão ficar mais perto de tudo. Penso também na infraestrutura. Além disso, não houve ajuste. Vou aproveitar que o investimento em apartamentos está melhor;, justifica.

"As vendas melhoraram e a expectativa é de lançamentos de novas unidades"
João Accioly, vice-presidente do Sinduscon-DF