Afinal, o que a revolução pós-digital tem a ver com a vida e os negócios de comerciantes, empresários e empreendedores? Absolutamente tudo. É o que defende Pedro Begotti, publicitário, bancário, intraempreendedor e curioso por disrupção digital e futurismo. Foi justamente para tratar disso que Begotti esteve no Espaço Chatô na última quinta-feira (5/10). Ele conduziu o bate-papo Ei! Explore ; Empreendendo no mundo pós-digital. E falou sobre o impacto das transformações digitais e do futurismo na experiência do cliente. O evento foi promovido pela EI! Comunidade de Empreendedorismo e Inovação, da Fundação Assis Chateaubriand.
Segundo Begotti, a diferença entre a revolução digital e pós-digital é que a primeira começou por volta das décadas de 1950 e 1960 com a chegada dos computadores e a sociedade não sabia lidar bem com as novidades. Já a revolução pós-digital, diz ele, vem com a assimilação da tecnologia em nossas vidas, e o reconhecimento de que não vivemos mais sem ela. ;Saímos de uma época de medo e incerteza para uma de necessidade de convivência com a tecnologia digital;, destaca.
E nessa nova era do pós-digital, as soluções e negócios são voltadas para as necessidades e os novos comportamentos das pessoas. ;O empreendedor precisa entender esse cenário por questões de sobrevivência. O mais importante é perceber que a forma como a gente fazia as coisas antigamente não vai ser como a gente vai fazer daqui para frente. Não se pode deixar que uma tecnologia chegue de repente e ninguém entenda o movimento que está acontecendo, a exemplo do que ocorreu com os taxistas após o Uber;, observa.
Empatia é a chave
;Empreendedores que tanto trabalharam para manter os seus negócios, de repente, se veem em um cenário em que não sabem o que está acontecendo, nem porque uma outra indústria engoliu aquele trabalho que ele faz. O empreendedor precisa entender o impacto desses movimentos para não ficar fazendo só o que ele faz, se antecipar a essas mudanças e estar sempre preparado;, alerta.
E um ponto chave para o sucesso é a empatia. É recolocar o ser humano no centro do processo. Para se entender o que o consumidor quer, Begotti defende que é preciso olhar ao seu redor, mudar a forma de enxergar o outro, se colocar no lugar dele e focar em soluções alinhadas aos comportamentos das pessoas. ;A dica é olhar pelo menos 1 metro ao seu redor e parar de inventar justificativas para os nossos comportamentos;, completa.
De olho no futuro
Sobre futurismo, a dica é ficar ligado nos sinais e cenários. ;O que existe hoje de mais tcham? Vai parar por aí? É uma questão de ter o presente como plataforma, e o futuro escalável. Cruzando possibilidades de tecnologias, traçamos alguns cenários. A tecnologia faz a gente mudar algumas coisas do nosso comportamento ou intensificar outras;, reforça. Um dos desafios passados para os participantes do bate-papo foi criar, em cinco minutos, um artefato do futuro, pegando uma necessidade das pessoas e aliando a uma tecnologia. As ideias foram desde um carro colaborativo que se desloca de acordo com as agendas das pessoas, até um robô que circula na corrente sanguínea, detecta e destrói precocemente células cancerígenas, ou um vaso sanitário que identifica nas fezes a falta ou excesso de nutrientes e indica como a pessoa pode melhorar sua alimentação.
Para a servidora pública Adriane Medeiros, 41 anos, a conversa foi uma oportunidade de trazer o futuro para próximo da realidade e fazer boas reflexões. ;A gente conseguiu experimentar um pouco a forma como as tecnologias impactam e saber se a gente quer isso ou não no futuro.; O vendedor de casas populares Ricardo Fonseca, 47 anos, disse que teve insights interessantes: ;A conversa teve muitas ideias legais que podemos aplicar em coisas simples, mesmo na construção civil.;
Anote na agenda
O próximo bate-papo EI! Explore está previsto para 19 de outubro. A proposta de ingressos é colaborativa: o participante define o valor da inscrição. Saiba mais sobre os eventos da EI! Comunidade de Empreendedorismo, da Fundação Assis Chateaubriand, em www.facbrasil.org.br e www.facebook.com/ComunidadeEi