Cidades

Justiça prossegue com audiência de instrução de Lucas Albo

O jovem é acusado pelo assassinato do Dj Yago Sik. Cinco testemunhas foram ouvidas nesta quarta-feira (4/10)

Júlia Campos - Especial para o Correio
postado em 04/10/2017 18:10

Lucas Albo, 22 anos, confessou o crime, que ocorreu na saída de uma festa no ConicNesta quarta-feira (4/10), o Tribunal do Júri de Brasília dá continuidade à audiência de instrução sobre a morte do DJ e estudante universitário Yago Sik, 23 anos. Ele foi assinado por Lucas Albo, 22 anos, que confessou o crime, na saída de uma festa no Conic, em julho. Foram ouvidas cinco testemunhas e mais duas serão chamadas para depor em 17 de setembro.

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A primeira testemunha desta tarde foi Thaís Moura, diarista do réu e irmã da madrasta dele. Questionada pelo advogado de defesa, ela afirmou que nunca presenciou nenhuma briga entre Lucas e Marcella Martinelli, ex-namorada dele e amiga de Yago. Também afirmou que, durante as faxinas, jamais encontrou alguma arma de fogo no local. ;Eu tinha acesso a tudo. Se tivesse, com certeza, eu acharia. Pois, tirava tudo para limpar;, contou. No mesmo lote da casa de Lucas, também há a casa do pai e do irmão.

O pai de Lucas, José Neto, foi o segundo depoente. O juiz afirmou que, devido ao parentesco, ele estava liberado, mas ainda sim quis depor. Relatou que Lucas e Marcella eram completamente apaixonados um pelo outro. ;Era uma paixão muito grande. Ela parece ser uma menina boa, vivia na casa dele;, mencionou. José tem diversas complicações de saúde e não pode trabalhar. Segundo ele, o filho era quem ajudava nas contas e, agora, está difícil manter a casa.

"Lucas era nossa alegria. Meu parceiro, meu grande amigo desde pequeno. A gente sofre o luto de uma pessoa que está viva. Eu tenho todo respeito e entendo o sofrimento da família do Yago, mas também estamos sofrendo." Perto do término do depoimento, José afirmou que também não tinha conhecimento do filho ter uma arma e que, após o fato, nunca comentou onde conseguiu o objeto.

A terceira testemunha é Eva Rodrigues, conhecida de Lucas e amiga de Yago. Ela comentou que, antes de entrar na festa, estava com a vítima e outros amigos, quando chegou Marcella e o autor dos disparos. Eles entraram no local e o casal dispersou do grupo. Se encontraram algumas vezes durante a noite, mas viu Marcella chegar sozinha após uma briga dos dois. ;Estávamos dançando e, de repente, vi a confusão formada e os amigos separando Lucas e Marcella. Depois, ele foi para cima do Yago, que fez o sinal de que não queria briga, mas, mesmo assim, bateu nele e começaram o tumulto. Após isso, os seguranças tiraram Lucas da festa;, relembra.

Hayssa de Azevedo, foi a quarta testemunha. Ela entrou junto com Yago na festa. Não presenciou a primeira briga entre Marcella e Lucas nem aquela entre ele e o amigo. Quando percebeu a movimentação, outras pessoas já faziam a separação. ;O óculos caiu perto de mim, eu peguei, estava quebrado. O Lucas foi retirado da festa porque estava completamente descontrolado;, afirma. Ela também não presenciou os tiros.

A defesa de Lucas fez questão da quinta testemunha, Vânia de Carvalho. Ela o conhecia de vista e era amiga de Yago. O depoimento durou menos de cinco minutos. Ela apenas afirmou ao advogado que não testemunhou as discussões nem as agressões e que apenas viu a mão de Yago machuacada após a briga. O Ministério Público não quis fazer perguntas.

Nova audiência

Haverá uma terceira audiência, pois ainda faltam duas testemunhas que o MP dispensou, mas a defesa do réu quer fazer a oitiva. Segundo o advogado, uma delas mora em São Luís. Ele tem 48 horas para apresentar ao juízo o endereço do depoente.

Na avaliação do promotor Marcello Oliveira, a defesa insiste em ouvir pessoas que só prejudicam Lucas. ;Ele está preso enquanto há essa demora. Essas duas pessoas não tem nenhuma informação que vá mudar algo dentro do processo;, comentou. Segundo a acusação, está muito clara toda a dinâmica e a motivação do crime. "As testemunhas confirmam tudo desde o depoimento que elas fizeram na delegacia", disse.

Na denúncia enviada pelo MP, Lucas deve responder por homicídio com três qualificadoras, motivo torpe, recurso que dificultou defesa da vítima e porque causou perigo comum por atirar no meio da multidão. Além de ameaça e lesão coporal contra Marcella Martinelli.

Na próxima audiência, também ocorrerá o interrogatório de Lucas. Após o fim dessa fase, as três serão anexadas ao processo e o juízo, então, decidirá se irá a júri ou não.

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