Deborah Fortuna
postado em 25/09/2017 12:39
Usuários do sistema de transporte público reclamaram, na manhã desta segunda-feira (25/9), da demora no cadastro dos passageiros no Bilhete Único, novo sistema que integra as viagens de ônibus e metrô. Mesmo assim, a Secretaria de Estado e Mobilidade do Distrito Federal (Semob) considerou bem-sucedida a implantação da novidade.
A demora, de acordo com o órgão, se deveu ao fato de o procedimento ainda ser novidade para os funcionários. O tempo para que o passageiro seja cadastrado e possa começar a usar o novo cartão é estimado em dois minutos, mas esse intervalo era muito maior durante o período da manhã, embora as filas não estivessem grandes.
[SAIBAMAIS]A cozinheira Ivone Martins, 59 anos, lamentou ter de esperar 32 minutos para ser atendida. Mesmo assim, disse que a espera valeu a pena, já que o cartão vai facilitar e baratear, na sua avaliação, o trajeto entre a casa e o trabalho.
"Eu tinha o cartão Flex do metrô. Então, eu colocava uma carga e usava. No ônibus, eu pagava em dinheiro. Agora vai ser um bilhete só, o que vai ficar mais fácil", disse. Além disso, Ivone já calcula a economia. Todos os dias, para chegar ao trabalho, ela pega um metrô em Ceilândia Norte e um ônibus na L2 Norte. O trajeto de ida e volta acaba custando R$ 17 por dia. "Agora, vai ser só R$ 5 para ir e R$ 5 para voltar", comentou.
Postos espalhados pelo DF
Segundo a Semob, os funcionários devem ficar mais velozes no atendimento. Além disso, o órgão acredita que a distribuição do serviço por mais de 30 postos espalhados pelo DF impediu que o primeiro dia do sistema fosse caótico. Para o secretário da pasta, Fábio Damasceno, o fluxo do atendimento superou as expectativas. "Foram 33 postos implantados para atendimento. É claro que é o primeiro dia e há dúvidas, mas foi acima das expectativas" comentou.
Houve, no entanto, que não concordasse. Para a servidora pública Lucilene Lira, 49 anos, a espera foi uma dor de cabeça que não trará grande vantagem. "Quando eu fui abastecer meu cartão Flex, a moça (do atendimento) disse que não era mais possível e que eu tinha que trocar pro Bilhete Único", contou. Como ela sai de Samambaia para a Rodoviária do Plano Piloto e depois segue a pé para o trabalho, o valor pago pela viagem vai continuar R$ 5. "Mas eu perdi uns 35 minutos aqui. Devia ser mais ágil", reclamou.