Jornal Correio Braziliense

Cidades

Presos suspeitos de negociar venda de terras públicas no Lago Sul

Na manhã desta sexta-feira (22/9), foram emitidos sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva, e 15 de busca e apreensão

Foram cumpridos, na manhã desta sexta-feira (22/9), sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão, no Setor de Mansões Urbanas Dom Bosco, no Lago Sul. Todos são referentes às investigações da Operação Sacerdote, que mira na ação de grileiros que agiam no DF. Alguns acusados tentavam inverter o dominío de terras públicas para o nome deles. Além das prisões, a Polícia Civil apreendeu R$ 50 mil em espécie, além de dólares, computadores, celulares, documentos e folhas de cheque na casa dos suspeitos.
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A investigações apontaram que alguns acusados estavam tentando inverter o dominío de terras públicas para o nome deles. Assim, teriam lucro com a venda dessas áreas. Segundo a delegada chefe da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente (Dema), Marilisa Gomes, dois dos supostos idealizadores do esquema entraram, em abril de 2016, com um pedido de venda direta da terra na Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).

O processo, se feito corretamente, é legalizado. Porém, eles tentavam comprar uma área de proteção permanente, o que é proibido, por estar perto de mananciais. Inclusive, ainda de acordo com a delagada, apesar da área de 50,3 mil metros quadrados existir, ela não era loteada, mas sim apenas uma área verde que deveria ser protegida. "Esses supostos lotes, que esses indivíduos estavam alegando ter o termo de concessão de uso, não são unidades imobiliárias registradas em cartório. É uma área pública pertencente ao GDF e área verde", explicou.
Ou seja, o esquema funcionava da seguinte forma: com a ajuda de um ex-servidor da Terracap, eles teriam acesso à terra como se tivessem comprado em um processo legal público, de venda direta. Assim, eles conseguiriam vender esse terreno por preços altos. Mas o esquema nunca foi concretizado. Isso porque, em junho de 2016, a Terracap emitiu um ofício informando a desconfiança do órgão a respeito de um processo de venda direta e, desde então, as investigações teriam começado.
A PCDF também ouviu três médicos que teriam comprado o terreno. Um casal teria pagado R$ 520 mil em adiantamento. Outro homem, também médico, teria pagado cerca de R$ 200 mil. "Tudo aponta que eles tinham consciência do ato ilícito", concluiu a delegada.