Jornal Correio Braziliense

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Megaoperação da Polícia Civil desarticula gangues de Planaltina

Cerca de 200 agentes de polícia atuaram na operação; foram presas oito pessoas, além da apreensão de R$ 20 mil e uma arma de uso restrito


Operação da Polícia Civil desmantelou, na manhã deste sábado (16/9), uma organização criminosa responsável por mais da metade dos 60 homicídios ocorridos em Planaltina neste ano. Oito pessoas foram detidas e levadas para a 31a Delegacia de Polícia (Vila Buritis). Policiais também detiveram um menor, que foi levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (Asa Norte).

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De acordo com o delegado-chefe, Pedro Moraes, o grupo ultrapassava os parâmetros de uma simples quadrilha. "Eles tinham uma estrutura altamente hierarquizada, na qual cada integrante desempenhava um papel bastante específico", descreve.

A organização, denominada "Crime, Maldição e Morte (CMM)", chegou a contar com mais de 30 integrantes. Porém, 22 deles já estavam detidos por outras razões. De dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, o grupo chegou a comandar assassinatos.

Homicídios


A Polícia Civil acredita que o CMM seja responsável por 108 assassinatos e tentativas de homicídios em Planaltina, Paranoá e Sobradinho de 2014 até este ano. O grupo também praticava roubos e traficava drogas. Os policiais encontraram com os acusados cerca de meio quilograma de crack e de maconha, além de uma arma 9mm, munição e carregadores. Foram apreendidos também quase R$ 50 mil provenientes do tráfico.
Segundo o delegado Moraes, nem mesmo pessoas sem vínculo com o grupo escapavam dos homicídios. "Eles delimitavam bem o território em Vila Buritis 2. Se alguém entrasse lá e fosse confundido com rival, poderia facilmente ser vítima da organização", explica.

Em Vila Buritis 2, inclusive, funcionava o quartel-general do CMM. Os criminosos se reuniam na casa do chefe da organização. Ordens eram repassadas dos coordenadores aos "funcionários", como eram chamados os responsáveis por executar os crimes.

A alta organização do CMM preocupou a Polícia Civil. Para o delegado Moraes, havia o risco de aliança com grandes facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo. "Existia o perigo de o grupo se aliar às grandes organizações do Brasil", revela.