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Cidades

Prata da Casa: o ilustrador Caius Cesar quer produzir animação no DF

O jovem artista deixou o emprego de bancário para perseguir seu sonho de criança. Agora, está montando o próprio estúdio

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Caius Cesar, 28 anos, nasceu na típica família brasiliense, que valoriza a estabilidade oferecida pelo serviço público. Influenciado por esse ambiente, o graduado em geografia chegou a se tornar bancário, após ser aprovado em um concurso. Um ano depois, no entanto, viu-se insatisfeito e estressado. Foi quando decidiu jogar o emprego para o alto e seguir seu sonho de menino: trabalhar com desenho animado.
[SAIBAMAIS];Estou desenvolvendo um estúdio de animação com um sócio e por isso saí do mercado de trabalho formal;, explica o ilustrador, que, na infância, preferia sentar e ver desenhos animados que correr e brincar com as outras crianças. ;Eu sempre adorei desenho animado. Nem dava trabalho, porque preferia ficar sentado vendo tevê;, conta. ;Na adolescência, desenvolvi esse meu desejo de desenhar, mesmo não sendo especialmente talentoso. Sempre desenhei igual a qualquer outra criança;, complementa.
A dedicação, porém, ajudou a desenvolver uma técnica que resulta em trabalhos muito variados. Enquanto um desenho pode sair mais fofo, delicado, outro surge mais grotesco, deformado, sombrio. E é exatamente dessa versatilidade que Caius se orgulha.

Trajetória profissional


Os primeiros passos na animação não foram fáceis. Apesar de ter feito cursos e procurado oportunidades na área, só teve contato aprofundado com as ferramentas necessárias quando trabalhou como designer em um pequeno escritório. ;Eu não sabia nem usar programa de edição de imagem. Só a partir daí, pude me desenvolver e evoluir como profissional;, lembra.
Desde então, passou por jornais e agências de publicidade, além de, claro, desenvolver as próprias animações. ;Em 2014, tive a chance de trabalhar com desenho animado. Eu abracei isso do melhor jeito que pude;, afirma. ;O salário e as condições nem eram as melhores, mas foi o aprendizado que me levou adiante, na direção que eu queria. Foi nesse trabalho que conheci meu sócio."
Aos ser perguntado sobre o quanto está satisfeito com a aposta de deixar o banco e investir nos desenhos, Caius não demora em responder: ;Não ter que pegar trânsito, ter minha própria rotina, isso não tem preço. Eu me considero uma pessoa muito melhor e menos estressada do que quando trabalhava como bancário;, diz. ;O mercado sempre vai reclamar dessa nossa geração, porque quer gente sem pensamento crítico. É óbvio que a gente quer trabalhar, mas nossa geração está percebendo que qualidade de vida é essencial.;