Jornal Correio Braziliense

Cidades

Aumento de casos de estupros preocupam a população do Distrito Federal

Dados oficiais mostram que quase dois abusos são cometidos por dia na capital federal. Homicídios e seis modalidades de roubo registraram queda



O balanço da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social, divulgado ontem, chamou a atenção para o aumento nos crimes de estupro no Distrito Federal. De janeiro a agosto, as delegacias registraram 436 casos, uma média de quase dois por dia na capital federal. O número é 7,38% maior do que a quantidade de abusos cometidos no mesmo período do ano passado (406). Do total deste ano, 239 foram praticados contra crianças e adolescentes. ;Essas ocorrências acontecem, na maioria das vezes, com pessoas próximas às vítimas e em locais fechados;, explicou o secretário de Segurança Pública e da Paz Social, Edval Novaes. No geral, os índices de criminalidade caíram. Das 12 modalidades de delitos, oito tiveram queda e quatro, alta (veja Balanço).

Em relação aos abusos sexuais, um motoboy de 31 anos foi preso neste ano acusado de seis ataques a mulheres no DF. Uma das vítimas sofreu a violência em 1; de março, em uma parada de ônibus da Asa Norte, após ser rendida com uma faca ; a jovem estava acompanhada de uma amiga. Além de estuprá-la atrás do ponto, o suspeito a roubou. A Polícia Civil o deteve durante a Operação Lago Norte Seguro ; ele também cometia abusos nessa região administrativa. Além dos estupros, cresceram os roubos em coletivo e as tentativas de homicídio.

[SAIBAMAIS]Entre os crimes que apresentaram queda, destacam-se os homicídios. Nos primeiros oito meses do ano, houve 308 assassinatos no Distrito Federal, contra 383 no mesmo período de 2016 ; a queda é de 19,5%. Em compensação, as tentativas subiram de 597 ocorrências, no ano passado, para 622. Questionado sobre os números, o secretário não precisou os motivos para esse aumento. ;São vários os fatores, mas estamos estudando para identificar esse crescimento e mudar o cenário;, afirmou. Edval preferiu comentar o resultado geral do balanço da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social. ;São os índices mais baixos desde 2000, o ano em que começamos a ter dados mais precisos sobre a criminalidade;, enfatizou.

Seis modalidades de roubo também tiveram índices mais baixos. Entre elas o latrocínio. Em 2016, 34 pessoas foram mortas após terem pertences roubados. Em 2017, foram 23. Um desses casos recentes chocou o Distrito Federal e teve como vítima Maria Vanessa Veiga Esteves, 55 anos. O crime aconteceu por volta das 23h de 8 de agosto, depois de ela ter sido abordada por dois homens, um deles menor de 18 anos. A servidora do Ministério da Cultura (MinC) e estudante de mestrado da Universidade de Brasília (UnB) foi morta ao parar o veículo no estacionamento da 408 Norte. Alecsandro de Lima Dias, 26 anos, e o adolescente de 15 anos que assumiu ter esfaqueado a servidora nas costas foram detidos em uma quitinete da comercial da 208 Norte pela Polícia Civil menos de 24 horas após o latrocínio.