Desde que, há 20 anos, a Escola Brasileira de Choro inciou suas atividades, o ensinamento prático nos diversos cursos tinha por base o repertório de compositores do gênero. Os professores buscavam focalizar os elementos básicos de cada música: acordes, ritmo e melodia. Em 2014, o violonista Henrique Neto, o atual coordenador da escola, e o bandolinista Dudu Maia passaram a desenvolver estudo, tendo como base a obra de nomes consagrados, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Radamés Gnattali, Garoto, e de temas clássicos. Aí perceberam que existia uma conexão entre composições dos mestres, separados no espaço e no tempo.
A partir daí, sistematizaram essa constatação e chegaram ao Manual do Choro, que sai em versão bilingue ; português e inglês. O lançamento será no sábado, às 21h, no Espaço Cultural do Choro, com um show que reúne, além dos dois, Sérgio Moraes (flauta), Pedro Vasconcellos (bandolim) e Valério Xavier (pandeiro), além de convidados.
;O que fizemos foi organizar didaticamente o que o músico popular faz de forma intuitiva. O manual contempla todas as informações necessárias para o estudo do choro e da música popular brasileira;, afirma Henriquinho, como é chamado pelos amigos. O manual passará a ser uma disciplina do currículo da Escola de Choro.
[SAIBAMAIS]Henrique Neto crê que, para ser um chorão, exige-se domínio formal do instrumento e, ao mesmo tempo, capacidade de produzir improvisos surpreendentes.;O desafio sobre o qual nos debruçamos foi conciliar intuição e lógica, prática e teoria, invenção e aprendizagem. Isso depois de análise profunda do legado e o estilo dos maiores criadores;, afirma.
Dudu Maia destaca que o Manual do Choro pode ser adaptado a qualquer instrumento musical. ;Mas é importante que o aluno tenha noções básicas sobre formação de acordes, além de razoável domínio do instrumento. O livro é indicado para quem aprecia não apenas o choro, mas outros estilos da MPB;. O bandolonista acrescenta: ;Basta observar a obra de compositores como Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Nelson Cavaquinho e Luiz Gonzaga, para sentir que o choro está presente na obra de todos eles;.
Valorização
Na elaboração do método, ele e Dudu tiveram como colaborador Hamilton de Holanda. Para ele, ;o Manual do Choro tem importância histórica e faz com que a linguagem musical do choro fique fácil de entender e é garantia de propagação e divulgação do nosso chorinho pelo mundo;. O consagrado bandolinista complementa: ;Acima de tudo, é a valorização da cultura do Brasil.;
Segundo Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro e um dos fundadores, a ideia da criação do manual acompanha a história da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. ;Sempre alimentamos o sonho de construir caminhos musicais ao mesmo tempo coerentes e delicados para sistematizar o ensino do choro, sem lhe roubar a espontaneidade;, lembra.
Reco do Bandolim diz que o Manual do Choro ;pretende responder ao desafio de um guia prático para o ensino de uma das mais genuínas manifestações da nossa cultura;. No entendimento dele, ;o livro funciona como um facilitador do acesso à linguagem rica e instigante do choro e ainda desenha um curioso perfil da alma musical brasileira;.
Manual do Choro
; Lançamento do método, com show do violonista Henrique Neto, do bandolinista Dudu Maia e músicos convidados sábado, às 21h, no Espaço Cultural do Choro
(Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia para estudantes).
Preço do livro: R$ 40.
Não recomendado para menores de 14 anos.
Informações: 3224-0599.