Realizado por meio de uma parceria entre o hotel, a Sociedade de Concertos de Brasília (SCB) e a Associação Assistência, Cultura e Educação Humana (ACEHU), o projeto foi idealizado pela regente residente da Orquestra da Sociedade de Concertos de Brasília (OSCB), a maestrina Mariana Menezes.
Dona de extenso currículo no ramo da música erudita, Mariana também é organizadora do festival e professora de música no projeto Mais Arte, promovido pela ACEHU no Centro Social Ingá. ;Nesse festival serei mais do que regente, porque atuei como produtora. Juntamos músicos do Brasil, do Canadá, dos Estados Unidos, da Itália e da Venezuela. São grupos de altíssima qualidade reunidos em concertos beneficentes para ajudar crianças carentes;, explica.
O festival terá uma apresentação por mês, a partir de hoje, e seguirá até 30 de novembro. Antes de cada um dos concertos, os músicos participarão de um bate-papo com o público, no qual conversarão sobre o histórico do gênero musical adotado pelo grupo e dos instrumentos utilizados. O cardápio de um dos restaurantes do hotel também será especial para a noite.
O saguão do teatro ainda contará com uma pequena exposição e venda de obras artísticas produzidas pelas crianças e adolescentes participantes do Mais Arte. ;Não será apenas um concerto, mas uma parceria. É por isso que queremos que seja a melhor música, no melhor ambiente, para que a plateia também se sinta acolhida, da mesma forma que essas crianças também se sentem;, diz a maestrina Mariana Menezes.
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Programe-se
; Todas as apresentações acontecerão no teatro do hotel Royal Tulip Brasília Alvorada (SHTN Trecho 1), sempre às 19h30. Nos quatro dias, 45 minutos antes do concerto, haverá ainda um bate-papo com os músicos.
Hoje
; Brasília Sax Quarteto
Quarteto de saxofones
Tema: Música francesa
27/9, quarta-feira
; Duo das Américas
Piano e trombone
Tema: História das Américas ao longo dos anos contada por meio da música
26/10, quinta-feira
; Quarteto Henrique Oswald
Quarteto de cordas da Orquestra Filarmônica de Goiás
Tema: Canções brasileiras e composições clássicas para quartetos de cordas
30/11, quinta-feira
; Quinteto Brasília Brass
Quinteto de metais
Tema: Clássicos natalinos
Ingressos
; Os ingressos custam R$ 60 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site da Bilheteria Rápida ou nos pontos de venda listados no endereço: bilheteriarapida.com/festivalmaisarte.
; Uma das maneiras de se ganhar desconto é por meio da compra dos ;vales-lanche; ou do pacote de ingressos para os quatro concertos.
; Os vales são vendidos por
R$ 15 para os espectadores que pagam inteira. Nesse caso, o valor do ingresso sai a R$ 30. A ação garante o lanche para uma das meninas atendidas pelo projeto durante uma semana.
; Já os interessados em comprar os tíquetes para as quatro apresentações podem adquiri-los por R$ 180 (R$ 45 cada).
; Os ingressos também poderão ser comprados na bilheteria do teatro a partir das 13h, no dia da apresentação.
Para além do jazz
Os primeiros a se apresentarem no festival são os integrantes do Brasília Sax Quarteto. Os quatro componentes do grupo (um brasiliense, um potiguar, um paulista e um venezuelano) estão juntos desde 2013. Os musicistas se conheceram durante o Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília (EMB), em 2012. Depois de formado, o quarteto já se apresentou em cidades do Brasil, Uruguai e França.Segundo o integrante Carlos Gontijo, o diferencial do grupo é o repertório adotado, cujas músicas incluem composições eruditas francesas. ;O saxofone ficou muito conhecido por conta da música popular, especialmente o jazz. Já com a música clássica, ele foi menos difundido. Nossa proposta, portanto, envolve a apresentação de música de câmara que, no Brasil, ainda é muito pouco explorada (com o saxofone);, observa. Ainda de acordo com Carlos, a riqueza do grupo se encontra na ;fusão de experiências musicais tão diferentes;, dada a bagagem e a origem de cada integrante.
Na última terça-feira, os quatro músicos se apresentaram na sede da instituição beneficiada pelo projeto. Em conversa com o Correio, após a apresentação de clássicos de Pixinguinha e outros compositores brasileiros para as crianças, o integrante Carlos Cárdenas contou que experiências como essa contribuem não apenas com o crescimento delas, mas também com o desenvolvimento pessoal. ;Levamos música clássica para as crianças. E a música é para todos mesmo. Não devem haver barreiras. Por isso, tudo é feito com o coração;, afirma.
Encorajamento desde a infância
;Nosso foco é formar a mulher e contribuir com o desenvolvimento e empoderamento dela.; É assim que a diretora-presidente da Associação Assistência, Cultura e Educação Humana (ACEHU), Heloíse Velloso, descreve o projeto promovido pela entidade no Centro Social Ingá, em São Sebastião.A instituição atende, gratuitamente, meninas entre 9 e 14 anos moradoras da cidade e em situação de vulnerabilidade ou sem ter onde passar o período contrário ao da escola. As atividades promovidas pelas voluntárias incluem aulas de canto, violão, pintura, fotografia, teatro e reforço escolar, além de debates sobre ética, cidadania, empoderamento e valores humanos.
Segundo Heloíse, a ACEHU existe há 23 anos e, hoje, promove atividades sociais e voluntárias por todo o DF. ;O centro social tem o objetivo de atender mais de perto a comunidade e de estar no dia a dia das meninas. Já o Mais Arte, além do foco artístico, também favorece a formação humana e os estudos. Fomentamos a vontade de ir bem na escola por meio do reforço escolar. As artes são complementos;, detalha.
O projeto surgiu em março e atualmente oferece 80 vagas divididas nos turnos da manhã e da tarde. A equipe pedagógica faz a divulgação do Mais Arte na vizinhança e em escolas da região e, depois, seleciona as meninas por meio de entrevistas. ;Geralmente, o critério é baseado na necessidade que a mãe pode apresentar. Crianças que não têm com quem ficar no contraturno da escola, que não estejam indo bem nos estudos etc. Mas é necessário que elas se comprometam a participar das atividades, levem a sério e que sejam pontuais e frequentes;, explica Heloíse.
Mayara Kelly Oliveira, 13 anos, é uma das participantes do projeto. A adolescente, que pretende seguir na
Boas cidadãs
Já no caso da estudante Daniela Costa, 11 anos, as melhores aulas são as de fotografia. Ela afirma que o projeto contribui não só com o desenvolvimento artístico, como também com o civil. ;Aqui é muito bom porque, além de brincar com as amigas, a gente aprende várias coisas. Conversamos sobre como ser boas cidadãs, respeitar as regras e ajudar as pessoas;, descreve.Em dezembro, as meninas cantarão com a Orquestra da Sociedade de Concertos de Brasília (OSCB) em uma apresentação natalina na Catedral Metropolitana de Brasília. O projeto tem dado certo por propiciar um ambiente amigável, de acolhimento e identificação entre as participantes. No entanto, apesar de existir há 5 anos, o centro é gerenciado por uma entidade sem fins lucrativos e, por isso, depende da colaboração de voluntários e empresas para se manter em atividade. Os interessados em ajudar podem se informar pelo site: acehu.org.br/contribua.