Jornal Correio Braziliense

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Tratamento contra a Aids em risco

ONGs fizeram manifestação e denunciaram falta de medicação. Secretaria de Saúde afirmou que estoque está baixo na rede pública. Ministério da Saúde negou a falha

Entidades do Distrito Federal que auxiliam portadores do vírus HIV fizeram uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (9/8). Elas denunciaram a falta de medicamentos e kits que compõem o tratamento contra a doença. A organizadora do movimento Regina Cohen, explicou que tanto o Ministério da Saúde, quanto a Secretaria de Saúde do Distrito Federal tem conhecimento do problema. ;Nós procuramos o Ministério. A justificativa para as faltas pontuais é de que houve atraso na conclusão da nova licitação. E a Secretaria de Saúde alega que depende do repasse dos remédios para distribuir;, disse a psicóloga da Associação Brasiliense de Combate à Aids - Arco Íris.
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Segundo ela, no Distrito Federal estão faltando dois tipos de medicamentos e kits para o tratamento contra o HIV. E que os fármacos não podem ser adquiridos. ;Não tem Lamivudina e o Ritonavir. Quem precisa não pode comprar os remédios, pois o governo é quem faz a distribuição. E os kits para o acompanhamento da carga viral são para grávidas e crianças;, pontuou.

Vick Tavares da ONG Vida Positiva também denunciou a falta de medicamentos. Segundo ela, o programa da AIDS sempre funcionou, mas que no últimos tempos sofre como descaso dos políticos. ;Não vamos aqui personificar o problema em uma só pessoa, mas lembrar ao político, ao gestor público, que o vírus não espera atrasos pontuais ou o Estado se organizar . Cadê o planejamento?;, cobrou.

Procurada pelo Correio, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que o estoque de kits de carga viral fornecidos pelo Ministério da Saúde está baixo na rede pública. Segundo o órgão, há previsão da chegada de mais kits até o final do mês. A secretária explicou que por orientação do Ministério da Saúde, foram adotados critérios para priorização das amostras de forma a otimizar os testes disponíveis no estoque local até que seja restabelecido o estoque nacional. E que momentaneamente, gestantes infectadas pelo HIV e crianças de até 18 meses de idade tem preferência para a definição do diagnóstico da doença. Por fim, a secretaria informou ainda que pacientes em tratamento, clinicamente estáveis e com último exame de carga viral menor que 1000 cópias/mL, deverão aguardar a regularização dos estoques.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que não há falta de medicamentos para aids em nenhum estado do país. E que enviou 1,596 milhão de testes de carga viral para o HIV aos estados brasileiros. De acordo com o órgão, o quantitativo é suficiente para o abastecimento por dois meses. A nota esclarece ainda que até o final de agosto, o ministério receberá uma segunda remessa, que, somada à primeira, normalizará os estoques em todo o país.