Pacientes considerados de baixa gravidade terão atendimento recusado nas emergências dos hospitais da capital federal. A medida é uma determinação da Secretaria de Saúde sob o argumento de organizar o fluxo de atendimento e passará a valer em 90 dias. Nesses casos, a assistência deverá ser prestada na unidade básica de saúde mais próxima da casa do paciente, explica o coordenador de Atenção Especializada em Saúde, Fernando Uzuelli. ;O procedimento será pautado pela classificação de risco, que é um protocolo internacional. Tendo alguma demanda, a população deve procurar, primeiro, a unidade básica de saúde;, esclarece.
[SAIBAMAIS]Fernando não explica como o regime vai funcionar em áreas em que a atenção básica tem baixa abrangência. Atualmente, o serviço cobre 65% da população do DF, em 175 unidades. ;Se a gente não qualificar o acesso, nunca vamos conseguir organizar o sistema;, resume, e emenda: ;Hoje, temos pessoas com questões simples e complexas concorrendo no mesmo nível. Isso é injusto;. Apesar de não destacar como será feita em regiões de baixo acesso, Fernando garante que não vai haver piora de serviço. ;Estamos fazendo uma mudança de conceito importante;, pondera.
Críticas
A mudança no atendimento desagradou à população. O servidor público Juarez Evangelista, 60 anos, teme não encontrar atendimento em nenhuma das opções. ;O correto é ter a Saúde recebendo quem precisa, não importa onde o cidadão busque. Esse novo padrão vai virar um jogo de empurra;, destaca o morador de Ceilândia. A aposentada Maria de Lourdes Oliveira, 59, defende a mesma tese. ;Isso vai obrigar as pessoas a peregrinarem por aí, sem solução dos problemas;, ressalta. Na última segunda-feira, ela e a neta, a estudante de pedagogia Samantha Oliveira, 20, buscaram atendimento no Hospital Regional de Ceilândia. Voltou para casa sem ter o pé torcido examinado por um médico.