[SAIBAMAIS]Para justificar a criação dessa aliança, o senador lembrou que Brasília protagonizou grandes escândalos recentes. ;Tivemos muitos desastres do ponto de vista moral e ético, governadores presos, erros como a construção do estádio, propinas. Por isso, estou trabalhando para criar essa aliança para salvar Brasília;, explicou.
O senador listou algumas características de pessoas com capacidade para integrar esse grupo. ;Tem que ser gente com o passado limpo, que não se submeterá a pressões sindicais e corporativas para ganhar as eleições. Esse foi o grande erro do Rodrigo Rollemberg, que assinou compromissos dizendo que faria coisas que não poderia fazer;, detalhou o parlamentar do PPS. ;Tem que ser um candidato que assuma o risco de perder, mas que tenha discurso consistente e vida limpa;.
Questionado se o atual governador poderia compor essa aliança, Cristovam disse que é possível, mas destacou que o chefe do Executivo local não teria condições de ser o candidato ao governo novamente. ;Acho muito difícil o Rodrigo Rollemberg ser o cabeça de chapa. Ele se desgastou muito, até pelas coisas boas que fez, como colocar ordem nas finanças. O governador não foi capaz de liderar um processo novo para Brasília;, justificou. Entre os possíveis nomes citados por Cristovam para compor esse pacto para salvar Brasília estão o ex-presidente do Tribunal de Contas da União Valmir Campelo (PPS), o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), e o ex-deputado federal e ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR). ;Não podemos ficar presos a questões como ;é do PT;, ou ;é do Roriz;. É preciso analisar o perfil;.
Entre os articuladores da proposta, todos evitam falar em nomes para formar a chapa majoritária. O ex-senador e ex-ministro do TCU Valmir Campelo diz que o essencial é definir o perfil dos integrantes da coalizão. ;Nossa meta é criar um grupo ficha limpa em Brasília, que seja comprometido com transparência e trabalho;, justifica. Sobre uma possível aliança com adversários históricos, Campelo garante que isso não seria um problema. Hoje, ele é correligionário de Cristovam Buarque ; seu adversário nas eleições ao governo de 1994. ;Brasília não quer eleger partidos, mas pessoas de bem. A questão partidária é secundária;, garante.
Jofran Frejat tem o mesmo posicionamento. ;Acho a ideia muito boa e tenho conversado com pessoas de vários partidos, alguns que foram adversários em outras épocas. Adversário não é inimigo;, justifica Jofran. Segundo ele, nem a filiação ao PT seria um empecilho à formação da aliança. ;Se a pessoa for correta e decente, não vejo por que não;, acrescenta.
Projeto
O presidente da Câmara, Joe Valle, também apoia a formação de uma aliança em defesa da cidade. ;Acho viável e tenho dito que, mais do que candidatos, Brasília precisa de um projeto. Essa é a ideia: juntar pessoas em defesa de Brasília, de um projeto comum pela cidade;, justifica Joe Valle.
O presidente licenciado do PSB-DF, Marcos Dantas, um dos principais aliados de Rodrigo Rollemberg, diz que um eventual pacto em defesa da capital federal tem que passar pelo atual governador. ;Essa solução inclui o atual governo, que está colocando a cidade no rumo certo e que enfrentou, por causa da crise, diversos problemas. Nossa gestão está fazendo alguns enfrentamentos que poucos fizeram, como a questão da grilagem e da regularização;, argumenta Dantas. ;Acredito que o senador esteja colocando isso de forma precipitada. Historicamente, sempre estivemos no mesmo campo, de pessoas que pensam e fazem política de uma forma diferente, sem patrimonialismo. Ainda acredito que o senador Cristovam esteja nesse grupo;.
Já a presidente do PT-DF, deputada federal Érika Kokay, critica a proposta do senador do PPS. ;Cristovam não tem autoridade para capitanear qualquer frente em defesa de Brasília. Ele votou a favor do teto dos gastos e tem se posicionado sistematicamente contra os direitos dos trabalhadores;, argumenta a petista.