O destino dos cinco irmãos, de 5 a 13 anos, que, segundo uma denúncia, eram submetidos à tortura e trabalho escravo pelo padrasto em um assentamento próximo a Formosa, ainda segue incerto. Os três mais velhos, que fugiram na última quarta-feira, foram acolhidos em um abrigo na região de Brazlândia. As duas crianças mais novas, resgatadas pela Polícia Militar do Estado de Goiás e pelo Conselho Tutelar do município goiano, estão sob cuidados em uma entidade na região.
Enquanto a situação não é esclarecida, os irmãos seguem separados. O homem acusado e a mãe das crianças devem comparecer hoje à delegacia de Formosa para prestarem esclarecimentos.
O conselheiro tutelar de Santa Maria responsável pelos três primeiros resgatados, Miro Gomes, afirma que todas as providências possíveis no Distrito Federal foram tomadas. ;O caso já está com a Vara da infância e da Juventude. Enviamos nosso relatório para eles e para o Conselho de Formosa. Agora, o trabalho será em conjunto para saber como será a volta de convivência das crianças;, diz.
Segundo Miro Gomes, ainda não está definido se os irmãos que estão no DF voltarão para a cidade goiana ou se os que estão lá virão para a capital. ;Enquanto não terminarem as apurações, não teremos como saber com quem eles vão ficar. Se é com o pai dos mais velhos, que mora em Minas Gerais, se vão para algum abrigo ou se vão para casa de outros familiares;, explica.
Fuga
A denúncia chegou ao conhecimento das autoridades do Distrito Federal após um casal resgatar três irmãos em assentamento. Eles souberam da situação das crianças há algum tempo e, sensibilizados, lhes deram um número de contato, caso se sentissem ameaçadas. A ligação ocorreu na última quarta-feira, quando os três mais velhos fugiram e se esconderam. O casal arranjou um carro e fez o resgate, mas duas crianças haviam ficado no local.
Eles reclamaram da situação ao Conselho Tutelar de Santa Maria, no Distrito Federal, e a informação chegou às autoridades goiana e brasiliense. Uma equipe de Formosa foi acionada. Policiais e um conselheiro tutelar da cidade do Entorno foram até o local para averiguar a situação, como mostrou reportagem publicada ontem pelo Correio. No assentamento, não havia elementos suficientes para fazer a prisão em flagrante.