postado em 31/07/2017 21:55
O motovelocista Helon Vallery Gonçalves foi velado na tarde desta segunda-feira (31/7), no Cemitério Campo da Esperança. O clima era de comoção entre os cerca de 500 familiares e amigos que se reuniram para dar o adeus ao instrutor. Durante o cortejo, 100 motos poçantes prestaram homenagens, com o forte ronco dos motores. Entre os grupos de motoqueiros presentes estava o Bagaceira Racers e Djosy;s Racers. A maioria dos amigos conheceram Helon no meio automobilístico. No fim, ele foi ovacionado e não faltaram palavras de carinho. Os amigos o definiram como uma pessoa solidária, prestativa e, acima de tudo, um ótimo amigo.
A mãe, Lélia de Assis Gonçalves, 67 anos, estava desolada, mas fez questão de ressaltar o quão especial era o filho, o mais novo entre os três irmãos. ;Meu filho tinha muito amor pela família. Ele era muito querido, prova disso é o tanto de gente que veio nos apoiar nesse momento tão difícil;, lembra.
A irmã, Laura Muradi, 39, conta que a ligação entre eles era muito grande. Segundo ela, Helon sonhava em expandir o curso de instrutor automobilístico e formar bons pilotos. ;Ele vai deixar muitas saudades. Não sabemos como isso aconteceu, mas creio que foi uma fatalidade, pois ele sempre prezava pela prudência e pela segurança;, afirma.
Ricardo Sanches, 44, lembrou uma das aventuras vividas com o amigo. ;Teve uma vez que, em um encontro em Goiânia, Helon dirigiu uma van com a moto dentro. Chovia muito quando chegamos e ele simplesmente tirou a moto, deixou lá e encheu de pessoas para ir ao encontro. A vida dele era moto. Era o ar que ele respirava, mas o intuito sempre era a união.;
Nas redes sociais, foram muitas as manifestações de afeto e de carinho. Em uma delas, um amigo definiu a paixão de Helon: ;A velocidade corria em seu sangue, não importava qual era o meio: bicicleta, skate, corrida ou natação. Ele sempre estava lá batendo recordes e se superando;.
Helon tinha 38 anos e era instrutor de motovelocidade do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Ele morreu em um acidente no último domingo (30), quando viajava no sentido Brasília/Goiânia e perdeu o controle da motocicleta ao fazer uma curva, atingindo a defesa metálica do canteiro central no km 39 da BR-060, em Alexânia (GO). Ele se dirigia a um encontro de motoqueiros.
Números
As motocicletas representam cerca de 11% da frota de veículos do DF e estão envolvidas em um terço dos acidentes de trânsito. Os dados são do Departamento de Trânsito (Detran-DF). Segundo a pasta, até maio deste ano, foram registradas 27 mortes de motociclistas por acidentes de trânsito. No ano passado, foram 98 motociclistas mortos.
O diretor-geral do Departamento de Trânsito (Detran-DF), Silvain Fonseca, relaciona a diminuição do número de acidentes envolvendo motos às políticas de conscientização do órgão. No entanto, ressalta que ainda há muito a se fazer. ;Em todo o país, há uma grande preocupação em relação a isso. Estamos investindo em cursos de direção defensiva. O pedestre e também o motociclista acabam sendo a parte mais frágil. É necessário respeitar a legislação, andar com farol aceso e evitar andar em corredores com trânsito fluido;, finaliza.