Victória Fernandes*
postado em 28/07/2017 14:36
Apesar de recente, a banda Ellefante, que completa dois anos no final de 2017, já é referência internacional de Música Alternativa Brasileira. O trio brasiliense foi convidado para se apresentar em dois grandes festivais alemães, ;Lott; e ;Confluentes Festival;, que acontecem nos dias 4 e 5 de agosto. Eles são os únicos representantes da América Latina entre os participantes nesta edição. Em outubro deste ano, a banda vai lançar seu primeiro CD, o nome do álbum não foi divulgado, será uma surpresa.
O nome da banda é por tudo o que o animal significa em outras culturas. Família, fé, união, respeito. A Ellefante teve início em 2015, mas o primeiro lançamento só aconteceu em meados do ano passado. Fernando Vaz, 30 anos, é multi-instrumentista e vocalista da banda. Ele conta que os trio que compõe a banda são amigos há quase 15 anos e já tocavam profissionalmente antes de se juntar. João Dito, 28, baterista, conheceu Fernando ainda no ensino médio. Ele já tocava bateria desde os 13, por influência do irmão.
Adriano Pasqua, 28, é o baixista dessa trupe. Ele conheceu os outros dois trabalhando como produtor musical e brinca que aprendeu a tocar baixo apenas por causa da banda. "Quando o Fernando me chamou para fazer o projeto Ellefante, no dia seguinte eu comprei um baixo e aprendi a tocar;; comenta. "A gente começou a mostrar as músicas um para o outro e, musicalmente, a gente já tinha muita afinidade. A coisa fluiu de forma natural. Juntou a vontade de querer falar alguma coisa com a vontade de querer fazer arte, fazer um som diferente, uma coisa nova", relembra Fernando.
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As melodias passeiam por entre o blues e o indie, mas trio prefere não se rotular. "Somos uma mistura de música brasileira, com influências de rock alternativo, clássico e moderno. Curtimos muito Led Zeppelin, Pink Floyd, Caetano, Gil, Lupa, Scalene, BaianaSystem e Raquel Reis. Hoje em dia nós estamos olhando muito pra dentro, de som gringo não ouvimos tanta coisa", explica Fernando. "Nossas referências são profundas, a gente pega a referência de vocal num cara, de guitarra em outro cara..", conclui Dito.
Geralmente, as músicas desses caras são sobre a visão de mundo e como ela influencia na vida pessoal dos três. "Vai desde amores e desamores, autoconhecimento, recomeços, até tabus. Também tem uma visão dos 30. Já passamos por muita coisa, não é uma visão juvenil", explica o guitarrista.
Eles contam que as composições são feitas à seis mãos. "A gente desenvolve as ideias juntos e a música se transforma em uma identidade só. É uma mistura da energia e do conhecimento dos três. Isso é uma banda, uma divisão democrática não burocrática na criação", conclui Fernando.
Mesmo tendo outras formações profissionais, o trio adora o que faz. Adriano é formado em Publicidade e Propaganda e trabalha como produtor musical. Fernando é professor de canto e proprietário de um estúdio. João trabalha como administrador. Para eles, fazer música é a verdadeira paixão. "Nunca consegui fazer outra coisa senão música", detalha o baixista.
Quando questionados sobre qual o significado da música para eles, as respostas são bem objetivas. "Significa sanidade. Um combustível para conseguir botar toda a energia dos meus conflitos, conseguir desaguar isso numa coisa boa, que já foi resolvida e vai gerar uma coisa positiva pra quem for ouvir", explica Fernando. Para João, o significado é diferente. "Significa insanidade, porque eu preciso ser são a maior parte do meu dia e aqui eu posso ser livre, porque eu sou aceito", finaliza.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli