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Vizinho de bebê morta carbonizada detalha horror vivido durante a madrugada

'Ele nos contou que, a princípio, pensou ser uma boneca. Mas no momento que ele me disse isso, eu sabia que era ela', lembrou Erisvan Bezerra, vizinho da família de Maria Eduarda dos Santos, vítima da tragédia

O horror vivido por uma família na madrugada deste sábado, no Itapoã, foi detalhado ao Correio nesta tarde pelo vigilante Erisvan Bezerra, 39 anos. Ele mora na casa ao lado onde o Maria Eduarda dos Santos, de apenas 1 ano e 6 meses, morreu carbonizado em um incêndio.

Segundo a testemunha, ele e o filho, de 16 anos, ouviram os pedidos de socorro de alguém que batia na porta da casa deles. O chamado era de outro adolescente, de 15 anos, irmão da vítima. Eram três, no total: um outro, de 8 anos, também conseguiu escapar com vida e correr pela rua, pedindo socorro.
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Prontamente, pai e filho correram para ajudar as duas crianças, que estavam sozinhas em casa, com a irmã mais nova. Encheram baldes d;água e começaram a tentar apagar as chamas. Momentos depois, o Corpo de Bombeiros chegou ao local e dominou o fogo. Um dos militares disse a Erisvan que havia uma boneca queimada em cima da cama, mas o vigilante sabia que não era isso. ;Ele nos contou que, a princípio, pensou ser uma boneca. Mas no momento que ele me disse isso, eu sabia que era ela;, lembrou.

[SAIBAMAIS] A mãe das crianças, identificada nesta reportagem apenas pelas iniciais N.M.D.S., 41, havia saído de casa. Quando os bombeiros chegaram, questionaram o adolescente sobre o paradeiro da mãe e ele disse que havia saído com a filha que apenas os dois estavam no quarto, dormindo. O menor não sabia que a caçula da familia também havia sido deixada para trás e dormia no quarto ao lado.

Cerca de meia hora depois, a mãe das crianças chegou ao local e entrou em desespero quando viu as viaturas da Polícia Militar (PMDF) e do Corpo de Bombeiros (CBMDF).

A família mora em uma casa de fundo, simples. No local, é possível ver várias gambiarras no poste de energia elétrica. O caso está sendo investigado pela 6; Delegacia de Polícia (Paranoá). Segundo o delegado de plantão, Felipe Breunig, a princípio, ninguém sabia que a criança estava dentro de casa no momento do acidente. "Apenas a perícia poderá dizer o que causou o incêndio. O filho mais novo nos confirmou que a mãe havia saído havia pouco tempo. O que ouvimos dos vizinhos é que, apesar da condição de miséria que vivia a família, ela era muita apegada à filha", detalhou o investigador.

Erisvan relembra com carinho da bebê. ;Quando a mãe dela entrou em trabalho de parto, eu fui lá ajudar e a segurei na hora em que nasceu. Participei desse momento. E também estava lá quando ela se foi. Dói demais;, disse, emocionado.

A casa ficará interditada por 15 dias. A mãe só poderá ser indiciada, se for o caso, ao final da investigação. O prazo para o fim do inquérito é de 30 dias.