Cidades

Família de motorista morto em DP cobra justiça e diz que processará o GDF

"Não estou dormindo desde aquele dia. Não consigo entender como isso aconteceu", diz o filho do motorista terceirizado da Caixa, Caio Vinícios em missa de 7º dia

Otávio Augusto
postado em 20/07/2017 21:21
Na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Quadra 8 de Sobradinho, amigos e parentes lamentaram a morte do motorista terceirizado da Caixa Econômica Federal Luís Claúdio Rodrigues, 48 anos ; encontrado morto na 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho). Conhecido pela generosidade e alegria com que levava a vida, ele foi homenageado na noite desta quinta-feira (20/7), com palavras de carinho e amor, em sua missa de 7; dia.

Atualmente a família se vê dividida entre o luto e o desejo de justiça. Não saber as circunstâncias da morte causa revolta e eles exigem que a morte de Luís Cláudio seja investigada. Os parentes pretendem acionar a Justiça nos próximos dias, na intenção de cobrar explicações do Estado.

[SAIBAMAIS] Na missa, o filho de Luís, Caio Vinícios Rodrigues Figueiredo, 27, estava com uma camiseta branca com uma foto do pai estampada. Durante a cerimônia, não conteve as lágrimas. "Não estou dormindo desde aquele dia. Não consigo entender como isso aconteceu. Estamos todos muito abalados", lamentou. Antes de ir embora, acrescentou: "Deveria ter dito mais vezes que amava meu pai", conclui.

Uma das qualidades mais lembradas de Luís é a generosidade. Marta Rodrigues Figueiredo, 54, irmã da vítima, lembra o episódio em que Luís comprou uma camisa oficial do Vasco para presentear um garoto com síndrome de down. "Ele se sentia bem em ajudar. Se doava para as pessoas, de todo o coração", destaca a estudante de direito.

Marta está acompanhando os preparativos de uma ação judicial contra o governo do DF. "Uma pessoa quando está sob custódia do Estado, suas autoridades têm responsabilidade legal pelo que acontece. Meu irmão morreu em condições que ainda não sabemos qual foi e queremos explicações", conta.

A falta de lógica dos fatos, segundo Marcos Marcos Eustáquio, 48 anos, cunhado de Luís, é o que mais revolta. Apesar disso, ele diz que a família tem recebido apoio. "Na rua, as pessoas nos incentivam a buscar a verdade. O que aconteceu com o Luís pode acontecer com qualquer um. Essa sensação mexe com todo mundo", pondera. Amigos e parentes organizam uma carreata para pressionar as investigações, mas ainda sem data definida.

O diácono José Hott, religioso que presidiu a missa, lamentou a dor da saudade que toda a família compartilha. "A única palavra que confortará o coração dessa família é a de Deus. Nosso Deus é da vida, não da morte. Somente a palavra de Jesus poderá trazer conforto", disse. O sepultamento do corpo de Luís ocorreu no domingo, no Cemitério de Sobradinho.

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