Hellen Leite
postado em 14/07/2017 12:20
O marceneiro, Ary Abadia Garcez, 60 anos, foi condenado a 19 anos de prisão por ter assassinado o então prefeito de Alto Paraíso, Goiás, Divaldo Wiliam Rinco (PSDB). O crime aconteceu em 2010. Divaldo conversava com um homem em frente a um bar quando recebeu pelo menos dois tiros, um na boca e outro no tórax. A decisão da justiça foi tomada na quinta-feira (13/7), após Garcez ir a júri popular. O julgamento durou mais de 14 horas.
[SAIBAMAIS]De acordo com a sentença da juíza Ana Tereza Valdemar da Silva, da comarca de Alto Paraíso. Garcez vai cumprir a pena inicialmente em regime fechado. Ele irá responder pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Ary Garcez é pai de Humberto Garcez, um ex-vereador da cidade com quem o prefeito tinha desavenças. Divaldo William Rinco estava no terceiro mandato. Ele foi prefeito anteriormente de 1993 a 1996 e de 2001 a 2004.
O crime
Divaldo estava com amigos e secretários em um bar, onde discutia estratéfias de campanha do então candidato a governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Testemunhas contaram que Ary já estava no bar, tomando cerveja com um amigo, quando o grupo do prefeito chegou.
Quando já haviam poucas pessoas com o prefeito, horas mais tarde, Ary teria chamado Divaldo para conversar do lado de fora do bar. Os dois se falaram por 15 minutos nas proximidades do estabeleximento, quando amigos do prefeito ouviram os tiros. Divaldo chegou a ser levado para o Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos.
Em 2011, Garcez ficou frente a frente com a justiça para esclarecer o caso. Na época, ele negou todas as acusações e disse não saber quem era o autor dos disparos. O marceneiro disse que na data do crime, 2 de setembro de 2010, conversou normalmente com o prefeito. Segundo o acusado, ele e Divaldo teriam saído do estabelecimento para conversar sobre a campanha eleitoral do deputado federal Cláudio Meirelles (PR-GO), sugerindo apoio por parte do político. Na versão de Ary, ele já estava saindo do bar quando ouviu os primeiros disparos.
Ary contou ainda que logo depois foi abordado por dois homens, um deles armado, que o amarraram e o colocaram dentro de um caminhão. Segundo ele, a dupla o deixou próximo ao Distrito Federal. No entanto, Ary foi preso pela Polícia Civil quatro meses depois, em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde já estava trabalhando como jardineiro.