Três corretores e um servidor da Administração do Riacho Fundo I foram presos nesta terça-feira (4/7) na Operação Habite-se. O objetivo da ação da Polícia Civil do DF é combater uma organização criminosa composta por corretores e servidores públicos atuantes nas administrações de Samambaia, Riacho Fundo I e Taguatinga. Segundo a PCDF, um corretor envolvido no esquema está foragido.
A investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), que começou há um ano, aponta a falsificação de documentos públicos para a concessão de cartas de habite-se e alvarás, entre outras licenças.
Segundo o delegado Virgílio Ozelami, da Delegacia de Combate aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), a fraude ocorria quando o proprietário de um imóvel procurava uma das administrações envolvidas no esquema para solicitar a regularização da documentação. Quando alguma irregularidade no projeto era identificada, o servidor dizia que poderia indicar um intermediário para resolver o problema.
Solicitação de pagamento
Ao ter contato com os proprietários, os intermediários solicitavam um pagamento que variava entre R$ 5 mil e 25 mil, dependendo do imóvel. A quadrilha atuava na regularização tanto de projetos residenciais como comerciais. A suspeita é de que 30 pessoas estejam envolvidas nos crimes, que movimentavam cerca de R$ 300 mil por mês.
"Muitas vezes os proprietários pagavam esse valor achando que era uma taxa de consultoria do corretor, mas, na verdade, não era um valor devido", ressaltou o delegado.
Foram expedidos ainda seis mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos e cumpridos quatro de condução coercitiva de suspeitos, entre eles os de um servidor da Administração de Taguatinga, de um fiscal da Agefis e de um corretor. Foram apreendidos ainda documentos e computadores para análise.
As quatro pessoas presas foram encaminhadas para o Centro de Detenção Provisória. Elas serão indiciadas por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
*Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende