O projeto foi criado há sete anos e treinou mais de 1 mil crianças e adolescentes. Coordenador e criador do time, o autônomo Martinelli Fonseca da Silva conta que havia participado de várias iniciativas semelhantes, mas todas duravam pouco, devido à falta de apoio. A frustração então deu lugar ao sonho: o Varjão Futebol Clube nascia. ;As escolas de esporte tinham validade aqui no Varjão. Eu mesmo resolvi montar o projeto, pois percebi que os jovens da nossa comunidade não tinham muitas oportunidades, nem no esporte, nem na vida profissional;, relata.
[VIDEO1]
Martinelli afirma que o caminho percorrido não foi fácil. Quando criado, o time tinha apenas uma bola de futebol e cerca de 30 alunos. Após muitos altos e baixos, o grupo conseguiu vencer o primeiro campeonato, o Torneio do Paranoá. Os meninos foram campeões-mirins e, com o dinheiro do prêmio, conseguiram comprar um uniforme. Hoje, o grupo recebe o apoio da Administração Regional do Varjão, que cedeu o campo de futebol e o vestuário para os jovens atletas treinarem. Um pequeno grupo de empresários também ajuda a pagar a passagem do técnico.
Voluntários
Treinador no tempo livre, o técnico de enfermagem Nilton Jenshen, 42, participa do clube há seis anos e garante que o time ensina muito mais do que futebol para os jovens. ;Essa escola tem um conceito social muito importante;, comenta. ;Aqui, nós estamos formando cidadãos que vão carregar um legado para o futuro;, diz, emocionado, enquanto observa o treino.
A conselheira tutelar do Varjão Juliana Alves, 29, se apaixonou pelo time depois que o irmão dela começou a treinar. Ex-jogadora de futsal, ela conta que o pontapé inicial para ajudar o clube foi a gratidão: quando jovem, ela participou de vários projetos esportivos gratuitos e, agora, acredita que chegou a sua vez de ajudar. Atualmente, ela auxilia Martinelli na coordenação do projeto. ;Nenhum de nós recebe dinheiro por fazer o que fazemos. Realizamos tudo por amor, acreditamos que, por meio do esporte, podemos mudar uma geração;, diz.
O estudante Péricles Monteiro, 16, treina há dois anos e se considera sortudo por fazer parte do projeto. ;O esporte foi o meio que eu encontrei para me livrar de caminhos errados;, conta. O jovem tem o mesmo sonho de Cícero: ser jogador de futebol. O treinador Nilton afirma que a escola sempre realiza a peneira ; seleção que os clubes de futebol fazem para descobrir novos jogadores nas categorias de base, que ainda não começaram a carreira profissional. Segundo ele, o time mandou três atletas para treinarem fora de Brasília.
Apoio
Martinelli afirma que a escola sofre com a falta de patrocínio. Muitas vezes, o time só conseguiu participar de campeonatos regionais porque os próprios atletas se mobilizaram para arrecadar dinheiro. Em 2013, o grupo participou da Copa Nacional de Futebol, em São Paulo. Para conseguirem o dinheiro necessário, os jovens venderam rifas, lanches e fizeram uma vaquinha durante três meses.
No entanto, o grupo perdeu a oportunidade de jogar no Chile, em 2012, porque não conseguiu a quantia necessária para participar. Cerca de 30 alunos contribuem com R$ 20 para ajudar o clube. ;Temos carência de materiais de treino, como bolas, medicamentos, lanches para os alunos e transporte para campeonatos. Mesmo assim, o clube mostra para esses jovens que ainda vale a pena sonhar e lutar pelos sonhos;, afirma Martinelli.
A luta agora está em conseguir arrecadar dinheiro para levar cinco atletas para Minas Gerais, onde eles farão uma avaliação para o time Clube do Cruzeiro. A viagem será em 22 de julho, e o grupo pede ajuda para patrocinar a jornada dos jovens e, quem sabe, ajudá-los a realizar o sonho de se tornarem jogadores profissionais.
Conheça e ajude o Varjão Futebol Clube
Contatos
99171-1409 ; Martinelli Fonseca
99164-6089 ; Prof. Nilton Janshen
998380-7984 ; Juliana Alves
E-mail
varjaofcbsb@gmail.com
Site
varjaofutebolclubebsb.blogspot.com.br
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer