Jornal Correio Braziliense

Cidades

Dirigentes da Cruz Vermelha presos chegam a Brasília para depor

Suspeitos de participar de fraude na Secretaria de Saúde do DF, os três dirigentes da Cruz Vermelha tiveram a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (22)

foram trazidos do Rio de Janeiro para depor em Brasília. Richard Strauss Cordeiro Junior, Douglas Oliveira e Tatty Anna Kroker chegaram de avião à cidade no começo da tarde desta terça-feira.

Leia mais notícias em Cidades

O primeiro a ser levado à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) foi Douglas, que passou direto em um carro do Ministério Público, sem falar com a imprensa. Cerca de um hora mais tarde, Richard e Tatty Anna também chegaram à Decap em um veículo do Ministério Público. Os dois não quiseram falar com a imprensa, mas Richard se limitou a dizer que não se envolveu "com nada ilegal". Os três responderão pelos crimes de dispensa de licitação, uso de documento público falso, peculato, e lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), responsável pela investigação em conjunto com a Polícia Civil, a Cruz Vermelha foi contratada de forma ilegal, com dispensa de licitação. O órgão também argumenta que a qualificação da Cruz Vermelha como organização social (OS) para funcionar no DF aconteceu de forma irregular por não respeitar todos os requisitos necessários, como ;meios de aferir a saúde financeira; da entidade. Os contratos investigados foram firmados em agosto de 2009, e o dinheiro que teria sido desviado chega a quase R$ 3,5 milhões.

Ex-secretário envolvido

No Distrito Federal, foram cumpridos nove mandados de condução coercitiva. Foram levados para depor na Decap o ex-secretário de Saúde Joaquim Barros Neto; o adjunto da pasta na época de sua administração, Fernando Antunes; e quatro ex-integrantes do Conselho de Saúde do DF.

A investigação de irregularidades na contratação da organização social Cruz Vermelha pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal colocou a Operação Genebra nas ruas do DF e no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (22/6). A investigação é feita pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em conjunto com a Polícia Civil. Na capital federal, foram cumpridas ordens de condução coercitiva, quando a pessoa é levada à força para depor. Servidores da Secretaria de Saúde e também o ex-secretário da pasta, Joaquim Barros Neto, são alvos da ação.

Cruz Vermelha se posiciona

Em nota, a Cruz Vermelha informou que tem colaborado desde o início com as investigações para punir os responsáveis por essa fraude. A organização disse ainda que, devido à gravidade dos problemas no DF, a atual direção nacional incluiu o tema na auditoria internacional da Cruz Vermelha.

"Desde aquela época, a atual diretoria da CVB mudou seu estatuto e sistema de normas e controle, adotando medidas que impedem ocorrências de situações similares, aumentando o controle da entidade", afirmou a instituição, em nota.

A Cruz Vermelha esclareceu ainda que "tem um compromisso humanitário e envidará todos os esforços para aumentar seu trabalho no país". "À sociedade, às autoridades e aos milhares de voluntários, reafirmamos nosso compromisso em dar apoio às apurações de todos os fatos que possam comprometer a sua missão humanitária em benefício dos mais vulneráveis", finalizou.