Deborah Novais - Especial para o Correio, Beatriz Queiroz*
postado em 21/06/2017 06:00
Sábado é o dia do santo mais famoso das festas juninas, o São João. As comemorações começaram em maio e, em Brasília, costumam ir até agosto, com variadas nomenclaturas e atrações. Enquanto alguns brasilienses preferem curtir os eventos tradicionais da cidade, outros aproveitam a época para reunir amigos numa festa mais intimista. Não importa, o que vale é a celebração.
Apaixonado por comemorações, o empresário Gabriel Freire, 25 anos, não perde a data para reunir os amigos. ;Minha primeira festa junina foi em 2012 na minha casa e deu supercerto. Desde então fiz várias, mas o intuito é sempre juntar os círculos de amigos e proporcionar uma experiência legal e próxima para todos. Esse ano tem de novo!”, conta o organizador da Doença Junina, que ocorrerá no próximo sábado, em Arniqueiras.
Se, na primeira festa, conseguiu reunir 80 pessoas, e contou com a ajuda da mãe na preparação, hoje ele espera 150 convidados e não precisa da ajuda materna. ;Pego apenas algumas dicas dela;, brinca. ;Contratei uma pessoa para preparar a comida e um segurança, o resto é barato e feito a mão, mas o resultado fica legal;, explica.
Gabriel ressalta que não é caro fazer um bom festejo junino. O custo com decoração e contratos de serviço é quase o mesmo se o evento for para 40 ou 300 pessoas. ;Essa edição terá open bar e open food, então o custo para os amigos varia entre R$ 35 e R$ 40, mas com R$ 10 de cada daria para fazer uma festa legal.; O empresário também conta com a criatividade dos amigos na organização do evento, ;eles ajudam com ideias, cardápio, sugestão de música e outras coisas, o que deixa todo mundo mais animado e envolvido;.
Ainda dá tempo de entrar no clima da época e reunir os amigos e os familiares, assim como Gabriel, em uma festa cheia de charme, música e comidas típicas. O Correio separou algumas dicas para ajudar a fazer sua.
Confira:
;Tem pipoca, mandioca, milho verde e quentão;
A principal atração de uma festa junina são as comidas. A época em que a colheita de milho é farta faz com que o ingrediente seja base para muitos pratos, mas as opções vão muito além.
;Arroz doce, canjica, pé de moleque, maçã do amor e arroz carreteiro fazem parte da tradição junina. E, claro, o quentão, para esquentar do friozinho;, afirma o chef Nicolas Fujimoto, que trabalha no Duoo Restaurante (103 Sul). É o momento em que a dieta fica de lado, mas Fujimoto explica: ;O equilíbrio é fundamental. É possível adaptar algumas receitas e torná-las mais saudáveis e funcionais, mas as comemorações permitem uma escorregadinha. Se você opta por uma canjica mais leve e sem açúcar, por exemplo, você abre uma brechinha para comer uma maçã do amor ou um arroz carreteiro.;
O Correio separou receitas de canjica e pé de moleque para quem quer uma opção mais saudável ou possui restrições alimentares.
[VIDEO1]
Se você não tem talento culinário ou apenas prefere comprar tudo pronto, aposte em pé de moleque, paçoca, pipoca e nas comidas que podem ser encontradas prontas, como pamonha e cural. Os que querem se aventurar na cozinha, podem arriscar as receitas mais apuradas de canjica, de caldo, de bolo de milho e muito mais.
;Pula a fogueira, iá iá;
Na festa, não pode faltar a tradicional fogueira, que combina ainda mais com o friozinho que tem feito na cidade. O primeiro passo é separar com antecedência a madeira que será utilizada (há madeiras selecionadas em lojas especializadas). Então, é preciso dispor os gravetos mais finos no local destinado para ser o centro; depois, os mais grossos devem ser acomodados ao redor em formato de pirâmide, de modo a deixar aberturas laterais. À medida que a madeira for consumida, coloque mais pedaços e lembre de manter um perímetro de segurança em torno dela.
Para quem estiver em local fechado e não quiser deixar essa parte da tradição de lado, há a opção de fazer uma fogueira decorativa. É possível usar rolos de papelão (daqueles que ficam no centro do papel toalha, por exemplo) ou papel pardo para imitar as madeiras e o celofane colorido para fazer as chamas.
;Chega mais pra cá!”
A festa junina é aconchegante e cabe em qualquer lugar. Não importa se o espaço é um apartamento ou um quintal grande, tudo pode se adaptar ao tamanho do local e à vontade de curtir a noite. O primeiro passo é pensar em quantas pessoas cabem e assim passar ao resto.
Também não é necessário muito esforço para criar o ambiente agradável e cheio de alegria que as festividades pedem. Qualquer papel colorido cortado em formato de bandeirinhas e preso num barbante pode servir de enfeite. Assim como panos floridos, xadrezes ou com cores fortes, aquele chapéu de palha antigo e as flores de plástico também podem virar decoração: o segredo é usar a criatividade.
Não se esqueça de montar uma roupa típica que pode variar do tradicional vestido de quadrilha ao estilo mais country com camisas em xadrez. As flores e cores quentes também são uma opção para compor o look junino. E, se você quer entrar mais no clima, pode fazer trancinhas, usar e abusar dos chapéus e laços, e produzir aquela maquiagem com bolinhas no rosto e/ou dente pintado.
;Cavaleiro puxa a dama;
Quando se fala em festa junina, os pensamentos viajam e entram no ritmo do forró, baião, xote e, claro, quadrilha. A música é importante para a animação e ajuda a esquentar no frio, e existem clássicos que não podem faltar.
Para começar animado, Dominguinhos contribui com Isso aqui tá bom demais e Luiz Gonzaga traz a romântica Olha pro céu. Os casais que querem dançar colado podem aproveitar o Xote das meninas, de Gonzagão, ou Colo de menina, da banda Rastapé.
E, quando todos estiverem animados, chega a hora de puxar ;o caminho da roça;. Afinal, como diz a música Anarriê, de Leandro & Leonardo, quando a quadrilha começar, ninguém vai mais querer parar. Ao som da tradicional batida e marcações como ;Olha a cobra! É mentira!” e ;Olha o túnel!”.
Playlist junina
Isso aqui tá bom demais (Dominguinhos)
Olha pro céu (Luiz Gonzaga)
Asa branca (Luiz Gonzaga)
Xote da alegria (Falamansa)
Nosso xote (Bicho de pé)
Pula a fogueira (Caçulinha)
Xote das meninas (Luiz Gonzaga)
Eu só quero um xodó (Dominguinhos)
Xote dos milagres (Falamansa)
Colo de menina (Rastapé)
Oh Chuva (Falamansa)
Xote swingado (Rastapé)
Baião (Luiz Gonzaga)
O sanfoneiro só tocava isso (Tonico e Tinoco)
* Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira