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'Só quero ir para casa com meu filho', diz mãe de bebê sequestrado no Hran

Em entrevista ao Correio, Sara Maria da Silva conta como foram os momentos de desespero após o sequestro e cuidados com o bebê depois do reencontro

Sara Maria da Silva, 19 anos, se recupera após o susto de ter o primeiro filho sequestrado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Desde o início da manhã desta quarta-feira (7/6) ela acompanha a solução do caso. Ela aceitou conversar com exclusividade com o Correio. ;Quando entrei no quarto e ele não estava lá foi como se eu tivesse caído de um abismo. Eu só chorava;, conta.

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O sumiço foi notado no início da tarde desta terça-feira (6/6). Desde então, Sara só dormiu com ajuda de medicamentos. ;Eu não queria dormir, estava desesperada;, completa. Nesta tarde, a jovem almoçou e está dedicada aos cuidados do menino, que agora teve o nome revelado: Jhony dos Santos Júnior. ;Ele está com muita fome;, comemora, ao dar uma risada.

[SAIBAMAIS]Sara é desconfiada e muito tímida. Aceitou dar entrevista após negociação com a família. Durante a breve conversa por telefone, respirou fundo e fez pausas antes de falar. Apesar da mágoa, ela já traça planos para o futuro. ;Só quero ir para casa com meu filho e seguir minha vida. Meu marido arrumou tudo para receber a gente ;, resume. A família vive em um barraco simples, no Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural.

No quarto do Hran, a sogra de Sara, a dona de casa Dalvina Maia dos Santos, 40 anos, ajuda com os cuidados. A família pede apoio. Jhony não tem berço e fraldas. As roupinhas também são poucas. ;Quem puder ajudar vai contribuir muito. Pelo menos ele terá um conforto maior;, ressalta Dalvina.

Apesar de humilde, Sara diz que o menino será criado com muito amor. ;Teve isso (sequestro) que foi ruim, mas ele é uma vitória e estamos aliviados por tê-lo conosco;, comemora.

Entenda o caso

A criança foi sequestrada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), na terça-feira (6), um dia antes de ter alta. A jovem havia dado à luz em um posto de saúde na Estrutural, em 25 de maio, e depois levada, com o filho, para o hospital na Asa Norte.

As primeiras informações sobre o rapto surgiram na hora do almoço, quando a equipe de enfermagem percebeu que a criança não estava mais lá. As buscas começaram com vigilantes e policiais militares. Todos que entravam ou saíam da unidade passavam por revista. O clima foi de completa confusão. A suspeita logo recaiu sobre uma mulher loira, vista carregando duas bolsas, uma azul e uma cinza, que acabou presa nesta quarta-feira.

A história fez Brasília se recordar do caso de Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, levado da maternidade de um hospital particular em 1986 e só encontrado quando era adolescente.

Ajude o Jhony

O Correio está recebendo doações de roupa, leite, fraldas e outros itens de necessidade infantil da Jhony. Os produtos devem ser entregues na sede do jornal. Confira o endereço abaixo. O material será entregue à família posteriormente.

SIG Quadra 2, Número 340

Sede do Correio Braziliense

Edifício Edilson Varela