Nascido com menos de oito meses de gestação, gêmeo de Caio, Lucca precisou ficar internado em uma UTI neonatal. Ainda no hospital, foi diagnosticado com a infecção, que resistiu aos antibióticos e estendeu a internação a quatro meses no hospital. Caio também foi contaminado, mas sua recuperação foi bem-sucedida.
À época, os médicos disseram que Lucca poderia ficar com sequelas. "Eles não sabiam me dizer especificamente quais, porque dependia do desenvolvimento dele", conta Liege. Com o tempo, os prejuízos se revelaram. O menino apresentou problemas de fala, linguagem, visão e sustentação do tronco para sentar, engatinhar ou ficar em pé.
Atualmente, ele faz fisioterapia, terapia ocupacional, estimulação precoce e vai começar a hidroestimulação. Contudo, os danos à visão não puderam ser revertidos, o que tornou imprescindível o tratamento fora do país. Segundo exames recentes, o bebê enxerga apenas minimamente com o olho esquerdo. "Essa é a nossa única chance de fazer com que ele volte a enxergar. Os olhos dele são perfeitos, mas a bactéria foi tão intensa que danificou o tecido cerebral que comanda a visão", explica Liege.
Com o incentivo de uma amiga, Liege decidiu criar a vaquina on-line: "O sentimento de impotência é inevitável. Eu estava muito chateada com tudo isso, e essa seria a última saída para ele conseguir se recuperar".
Ela precisa arrecadar o dinheiro até 25 de agosto, data em que se encerra o recebimento das contribuições. Liege explica que, assim, terá tempo de organizar a viagem e iniciar o tratamento enquanto a recuperação é viável. Segundo ela, pesquisas mostram que os danos se tornam irreversíveis dois anos após a lesão, ou seja, Lucca deve iniciar sua recuperação antes de seu próximo aniversário, em 21 de dezembro. "Só com o nosso tratamento alternativo eu já o vejo melhorar. Isso me enche de esperança e me motiva a seguir adiante", conta a mãe.