Jornal Correio Braziliense

Cidades

Julgamento de Nenê Constiantino entra na fase de oitiva dos réus

O empresário Nenê Constantino e outras quatro pessoas são acusadas do assassinato de líder comunitário em 2001

O julgamento do empresário Nenê Constantino, ex-dono da Gol, e de outras quatro pessoas por homicídio qualificado entrou na fase de oitiva dos réus nesta terça-feira (9/5). Os cinco respondem pelos crimes de oferecimento de vantagem a testemunha e homicídio. A vítima, morta a tiros em 12 de outubro de 2001, é o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, 27 anos, então morador de uma propriedade da antiga Viação Pioneira, em Taguatinga.
O primeiro acusado a ser ouvido foi João Marques dos Santos, que, exercendo um de seus direitos, optou em responder apenas as perguntas formuladas por sua defesa. Ele buscou desqualificar as investigações da Polícia Civil, dizendo que a delegada Mabel Faria, responsável pelo caso, ensaiava antes dos depoimentos, não gravou todas as oitivas e o ameaçou caso ele não assumisse a culpa. Segundo o réu, a delegada teria até mesmo ameaçado de indiciá-lo por pedofilia. Santos também negou que conhecesse a maioria dos réus.

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Em seguida, o júri ouviu Vanderlei Batista Silva, 75 anos. Seu depoimento começou por volta de 11h45 e durou cerca de uma hora. Vanderlei respondeu as perguntas de modo bastante vago, dizendo não se lembrar de muita coisa da época do crime e negou que estivesse em Brasília na data do assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito ; 12 de outubro de 2001 ;, que morava em um terreno da Viação Pioneira, empresa de ônibus que também pertencia a Constantino.

Porte ilegal de armas


Segundo ele, nesse dia, ele estava em Mara Rosa (GO), onde morava. Disse ainda que, à época, exercia o mandado de vereador em Maralina, município vizinho. Silva ainda defendeu Nenê Constantino, afirmando que o empresário é "uma boa pessoa", e buscou minimizar uma prisão por porte ilegal de armas que sofreu. De acordo com depoimentos, ele visitava a garagem da Pioneira com frequência, sempre armado. Ele argumentou, por sua vez, que isso foi uma única vez, e que a arma tinha ficado embaixo do banco do carro.

O réu tentou também desqualificar o modo como as investigações policiais descreveram sua relação com os demais acusados, que incluem ainda João Alcides Miranda e Victor Bethônico Foresti.