O crime
O acidente ocorreu por volta das 4h, na Avenida Principal do Jardins Mangueiral. O veículo, um Hyundai i30 preto (placa OVP-0482), pertencia a Daniel Barreto Batista, 28 anos. Barreto e o amigo Douglas Araujo Silva, 21 anos, estavam sentados em calçada quando um terceiro rapaz, identificado como Fernando Salvador Souza Rodrigues, de 18 anos, que digiria o carro de Daniel, avançou com o veículo sobre as vítimas, que morreram na hora.
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o i30 teria sido roubado por Fernando momentos antes. Segundo Wellington Godoy, sargento da corporação, a tragédia aconteceu após Daniel e Douglas saírem de uma festa, que ocorria na Quadra 12 do conjunto habitacional, na companhia de um terceiro jovem.
"O Daniel percebeu que o telefone havia sumido, pegou o carro com amigos e foi procurar um grupo de jovens, que deixou o local mais cedo e poderia ter pego o aparelho", explica o sargento. Na sequência, o trio encontrou os suspeitos, desceu do carro, deixando o veículo ligado e aberto, e questionou o grupo sobre o telefone. Após o questionamento, o grupo, formado por cerca de dez pessoas, teria atacado os amigos. "Acreditamos que devido aos machucados da briga, eles sentaram no meio fio. Foi aí que o Fernando, pegou o veículo, deu ;cavalos de pau; na via e acelerou na direção de Douglas e Daniel", complementa. Neste momento a dupla teria sido atingida. O terceiro amigo que estava mais afastado, não foi atingido.
Depoimento
Em um depoimento emocionado, uma das testemunhas da tragédia, que estava na mesma festa que Daniel e Douglas, falou ao Correio sobre os momentos que antecederam a tragédia. Por medo de represálias, pediu para não ser identificado:
Depoimento
"O Daniel desceu do carro e começou a conversar com os meninos. No meio da conversa, o Douglas conseguiu identificar que o celular dele estava com um dos meninos e eles começarama ir embora. O Daniel, então, jogou o carro um pouquinho mais para frente e conseguiu conversar. Nesse momento, cerca de uns 10 meninos começaram a bater neles. Eu tirei os meninos de cima do Douglas e coloquei ele de lado. Depois vi que o Daniel também estava apanhando e tirei eles de cima do Daniel e coloquei ele sentado no meio fio, ali no centro do Jardins Mangueiral, naqueles bloquinhos. Na mesma hora, a gente tinha deixado a chave do carro na ignição. Quando o Fernando, o autor do crime, entrou no carro e começou a acelerar. Eu ainda falei ;Daniel, estão levando o seu carro; e ele falou para deixar levar. Quando a gente olhou para cima o carro estava vindo a toda velocidade para cima da gente. Eu consegui desviar e quando olhei, o corpo do Douglas já estava no chão; o do Daniel do outro lado do carro. Quando eu cheguei perto dos dois eu já sabia que eles estavam mortos. Não tinha mais o que fazer. Ainda gritei para chamarem a ambulândia, mas todo saíram correndo, não ficou ninguém. Enquanto a ambulância chegava eu fiquei lá. Quando a ambulância chegou o Daniel ainda tinha pulso. Eles tentaram reanimar eles, mas não conseguiram. Ele devia estar a 170km/h na hora que ele jogou o carro pra cima da gente. Nunca tínhamos visto esse menino. Ele nem estava na festa. Não sabíamos nem se ele que roubou o celular".